Entrevista de José Matos, Candidato à Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, pelo Chega, ao jornal Açoriano Oriental

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Entrevista de José Matos, Candidato à Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, pelo Chega, ao jornal Açoriano Oriental

1 – Porque aceitou ser candidato à presidência da câmara?
Aceitei ser candidato porque considero que a autarquia necessita de pessoas com uma abordagem nova e dinâmica com políticas distintas das apresentadas até aqui rompendo com os vícios do passado.

2 – Quais os principais desafios e problemas que o município enfrenta atualmente?
Ao nível estrutural o município apresenta uma panóplia de temas que podem, e devem, ser solucionados de uma forma célere e efectiva. Neste âmbito destacam-se as seguintes questões: resolver a situação da ETAR que serve a vila de Vila Franca do Campo, rever o pavimento de diversas artérias do concelho; apresentar uma nova política para a Zona industrial de Vila Franca do Campo e adoptar uma postura mais presente por parte do município no porto de pesca de Vila Franca do Campo.

3 – Quais serão as suas principais prioridades e propostas para responder a estes desafios?
Procurar uma solução definitiva para a problemática ETAR que serve a nossa vila de modo a que os episódios de poluição emanados desta infra-estrutura não se repitam. Neste sentido, procurarei um entendimento com o Governo Regional, de modo a que se proceda a uma profunda remodelação ou, em último recurso, à construção de uma nova infra-estrutura.
Outra proposta passa por repavimentar os arruamentos que apresentam degradação procurando que os munícipes e os restantes cidadãos possam circular com segurança neste município. Ainda nesta matéria é necessário encontrar soluções para que os serviços da autarquia sejam mais céleres e objectivos na resolução de quaisquer problemas que surjam repentinamente agilizando procedimentos e intervenções.
Considerando que a Zona Industrial de Vila Franca do Campo, que foi e continua a ser uma fonte de bem-estar e rendimento para muitas famílias Vilafranquenses, apresenta um manifesto declínio defendo que a mesma deve ser intervencionada. A autarquia deve procurar captar novos investimentos, e investimentos mais diversificados, para este espaço de modo a poder fixar e atrair população para o concelho. Deve ser estudada uma intervenção de fundo na Zona Industrial que projecte, desde já, a construção de uma nova Zona Industrial mais sustentável com vista ao desenvolvimento do território.
Consciente que um número considerável de famílias vive da actividade piscatória apresenta-se-nos importante uma intervenção do município no Porto de Pesca. Assim propõem-se, sabendo das limitadas competências que a autarquia tem na gestão destas infra-estruturas, uma manutenção mais assídua e efectiva como a limpeza dos espaços e uma remodelação de modo a facilitar e a dar mais dignidade a quem trabalha neste espaço.

4 – Em matéria de política fiscal o tem a propor aos munícipes?
Reduzir ao mínimo o IMI procurando mesmo eliminá-lo no nosso município. Consciente da dificuldade que existe na aquisição de habitação própria, o Chega considera que quando o imóvel está na posse do legítimo proprietário este não deve continuar a pagá-lo indefinidamente somente porque se encontra implantado num determinado município.
No contexto fiscal considero que a factura da água e os restantes serviços associados são exageradamente altos neste município pelo que se propõe uma verificação e revisão dos valores tributados aos utentes destes serviços. Assim, a minha candidatura, propõe uma política sustentada e com vista para o futuro, mas sem que se estejam a sacrificar os munícipes com uma elevada tributação destes serviços.

5 – Nas áreas económica e social, que intervenção deve ter a autarquia, na sua opinião?
A autarquia deve ter uma abrangência holística da situação económica e social do concelho. Deste modo deve implementar uma política de interacção com as forças activas da região. A formação profissional das gentes do concelho são uma proposta muito objectiva que visa melhorar e integrar as qualificações na carreira da generalidade dos munícipes. Procurar que o Município de Vila Franca do Campo atinja, a curto prazo, o pleno emprego criando condições para a eliminação da subsidiodependência nomeadamente do Rendimento social de Inserção. Pretendemos criar parcerias com as instituições implantadas incentivando o trabalho comunitário e o voluntariado.
O desemprego jovem continua a ser um problema também no concelho de Vila Franca do Campo, por isso é primordial que se criem políticas, em parceria com o Governo Regional e o poder local, que invertam esta situação que deixa muitas famílias a viverem sem o mínimo de dignidade.
Pretendemos ainda propor uma política mais coerente, cooperante e efectiva para com a terceira idade nomeadamente o acompanhamento dos idosos mais vulneráveis e em situações de risco em estreita colaboração com as instituições implantadas no território e com as juntas de freguesia. Neste âmbito preconiza-se um apoio individualizado aos munícipes idosos que inclui o acompanhamento e a entrega de medicamentos e/ou compras quando solicitado.
Como a juventude é o futuro é importante dinamizar e ajustar as deslocações das crianças e jovens para os estabelecimentos de ensino e para as demais actividades que se apresentem como fomentadoras de um crescimento saudável e integral da juventude. Também neste sentido pretende-se estudar propostas de modo a dar vida ao pavilhão multiusos com actividades de vária índole, cultural, desportiva e/ou outras.

6 – Em termos urbanísticos, o que é mais urgente solucionar e como?
Esclarecer em tempo útil, com recurso a uma avaliação/auditoria externa, a situação da construção e exploração do restaurante na Rotunda dos Frades assim como outros equipamentos similares onde existem algumas dúvidas acerca da pertinência da sua construção e respectiva concessão.
De forma a fixar jovens no concelho criar estratégias diferenciadoras no sentido de ajustar as rendas aos jovens, quer na habitação social quer com outras soluções que se afigurem ajustadas para este desidrato.
Preparar uma revisão do Plano Director Municipal. Consciente da importância que tem este documento na organização e bom funcionamento do município importa, desde já, estudar alterações no sentido de facilitar e incentivar a inclusão de metas coerentes no âmbito da salvaguarda da sustentabilidade ambiental, mas, ao mesmo tempo, proporcionar construção com qualidade assumindo que deve existir construção com segurança e com sustentabilidade ecológica.

7 – Como pretende articular a sua relação com o Governo Regional e em que áreas/projetos espera a cooperação do executivo açoriano?
Com o Governo Regional pretende-se um relacionamento cordial e transparente por forma a resolver os problemas dos/as vilafranquenses. O diálogo institucional deve ser pautado por uma cooperação estreita e directa entre instituições no sentido de se tornar facilitador e nunca uma forma de entrave ou obstáculo ao sã funcionamento das diversas instituições. Espera-se uma cooperação estreita no domínio da saúde, educação, segurança e desenvolvimento territorial.
Acredito que só mantendo uma boa relação entre o poder local e o Governo Regional, sem olhar a partidos políticos, é que conseguiremos levar os nosso projectos avante, tendo sempre como único objectivo o bem-estar da nossa população e o desenvolvimento do nosso concelho.

8 – O que é que o distingue dos seus adversários políticos?
Honestidade, sinceridade e respeito por todos/as os/as vilafranquenses.
É esta a minha forma de estar na vida e será também esta a minha postura enquanto autarca. Pretendo desenvolver um trabalho transparente, procurando, sempre, estar próximo da população, ouvindo as suas preocupações e anseios e encontrando soluções que visem tornar muito melhor a vida de todos os vilafranquenses.

 

Fonte: Açoriano Oriental