Entrevista de Tiago Azevedo, Candidato à Câmara Municipal da Praia da Vitória, pelo Chega, ao jornal Diário Insular

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Entrevista de Tiago Azevedo, Candidato à Câmara Municipal da Praia da Vitória, pelo Chega, ao jornal Diário Insular

1 – Lidera a primeira candidatura do Chega na Praia da Vitória. Quais são as expetativas no que se refere a um bom resultado eleitoral?
O nosso objetivo é sem dúvida eleger um vereador e pelo menos dois deputados na assembleia municipal. Sendo a nossa primeira eleição em termos de autarquias é necessário ser objetivo e realista e não podemos esperar melhor resultado que este. Queremos uma mudança de paradigma, mas infelizmente tudo o que é BOM demora a contruir.

2 – Na sua perspetiva quais devem ser as prioridades para o desenvolvimento do concelho da Praia da Vitória?
O desenvolvimento local tem de passar pelos nossos empresários e empreendedores do concelho, promovendo um apoio direto as suas necessidades de liquidez, logísticas e burocráticas. O executivo tem de ser um parceiro e não uma barreira no crescimento socioeconómico do concelho e para isso formamos algumas propostas:
A criação de um serviço de apoio a novos projetos de investimentos no município totalmente gratuito será uma das alavancas para a mudança. Infelizmente é do conhecimento de todos os custos elevadíssimos dos projetos e isto constitui-se como uma barreira clara para muitos investidores. Desta forma, a câmara será uma alavanca na económica local e um parceiro ativo na procura de investimento interno quer externo a região. Para nós, é muito importante formar uma nova indústria no concelho e estamos a estudar qual será a melhor solução para o contexto da Praia da Vitória;
Ainda, a remoção dos parquímetros é essencial para a vida da nossa Praia, precisamos de pessoas a fazer compras, a passearem, a tomarem café e os parquímetros têm o efeito dissuasivo. É incompreensível para nós que o executivo e os seus vereadores tenham renovado o contrato em vigor que beneficia apenas a Câmara e prejudica todo o nosso comércio local. Vergonhoso;
Queremos também apoiar o arrendamento jovem a longo prazo através de bolsas de apoio;
A criação de quiosques na linha da praia oferecendo diversos tipos de atividades turísticas e artesanato local;
A criação de um “ginásio” infantil/centro de atividades de excelência a baixo custo durante todos os dias, com o intuito de ter um local que preste serviços de excelência enquanto os pais procedem as suas compras no nosso comércio local;
Com o nosso executivo iremos também manter a isenção de taxas municipais (atuais) durante os próximos 2 anos, estas serão algumas das medidas para darmos vida a nossa Praia entre outras;
Estas medidas aliadas ao binómio aeroporto-porto serão a alavanca de toda a nossa economia.

3 – De que forma é que se pode potenciar o eixo aeroporto-porto para fomentar a atividade económica no concelho?
A única forma que temos de mudar a situação atual é com investimento que traga retorno a economia e no caso concreto da Praia da Vitória é essencial haver obras nos dois pontos de entrada da ilha, mais concretamente, no Porto da Praia da Vitória e na Aerogare Civil das Lajes serão o veículo para o crescimento económico do nosso município. Não podemos ter um aeroporto com apenas três “slots” e também não podemos continuar sem ter um Cais de Cruzeiros que albergue um cruzeiro de grandes dimensões e respetivas infraestruturas de apoio ao mesmo. Ao aumentarmos o número de slots no aeroporto iremos criar uma maior oferta tornando a Ilha Terceira mais atrativa para mercados internacionais o que levará ao aumento do turismo de aviação. Em relação ao porto teremos de criar condições para receber um Cruzeiro grandes dimensões proporcionando um crescimento cerca de 1000 a 2000 pessoas, entre duas a três vezes por semana a consumir no nosso comércio local. Para isso, é necessário aplicar o dinheiro que vem da famosa “bazuca” na Praia da Vitória e assim iremos começar a ver a luz ao fundo do túnel. É incompreensível no orçamento regional não contemple uma medida de apoio ao nosso município e infelizmente todos os partidos ficaram a assobiar para o lado.

4 – Defende como prioridade o investimento nas freguesias de modo a criar condições para fixar as populações nas zonas rurais?
No entender do Chega o mais importante é deixar de haver diferenciação das juntas de freguesias devido a sua cor partidária. A distribuição dos fundos/investimentos deve ser realizada de forma equitativa e justa e nunca baseada na cor do partido. Este para nós é um ponto essencial pois muitos munícipes têm sido sistematicamente prejudicados devido ao partido que lidera a junta. Ainda este ano, o atual executivo na “Presidência Aberta” não se reuniu com pelo pelo menos duas Juntas do nosso Concelho.
Queremos também apoiar as atividades culturais e desportivas das nossas freguesias contribuindo para o seu desenvolvimento.
O apoio às nossas adoradas festas em todo o concelho são um foco muito importante para tornar o meio rural mais atrativo.
Os transportes públicos que infelizmente não estão a proporcionar um serviço digno as nossas freguesias, tendo freguesias que não têm sequer nenhum tipo de transporte público e isto é nos dias de hoje é inaceitável. O município tem de criar as mesmas condições a todos os seus munícipes e não apenas as freguesias que dão mais votos.
O serviço de apoio a projetos será mais uma forma de fixar populações nas zonas rurais através dos seus investimentos/ projetos agrícolas, de alojamento local, rural, restauração, etc…

5 – No seu entender qual a intervenção que a edilidade da Praia da Vitória deve ter no processo de descontaminação dos solos e aquíferos?
A intervenção tem de ser direta e clara procurando sempre o obter o máximo de informação para transmitir a todos os seus munícipes. Ainda este ano, neste jornal, o Vice-Presidente do Governo Regional veio afirmar que a contaminação tinha piorando nos últimos anos. Perante esta afirmação clara o que fez o executivo? Nada! Não fez nenhum tipo de afirmação pública para esclarecer as dúvidas de todos os munícipes e mais uma vez varreu para debaixo do tapete. Esta não pode ser a atitude, é necessário haver uma participação ativa e séria no processo, exercendo pressão na busca de informação com o Governo Regional/ Governo Nacional e na busca de soluções deve ser o papel no Município.
Não podemos num momento dizer que “está tudo ótimo e maravilhoso” e depois realizar uma obra em parceria com o Ministério de Defesa a fornecer água de uma nova nascente a 20% população. Vergonha.

 

Fonte: Diário Insular