Entrevista de Luis Franco, Candidato à Câmara Municipal de Ponta Delgada, pelo Chega, ao jornal Açoriano Oriental.
1 – Porque aceitou ser candidato à presidência da Câmara?
Aceitei, em primeiro lugar, por entender que se trata de um dever cívico e porque acredito que poderei ser a voz dos munícipes na Câmara Municipal de Ponta Delgada. Entendo que poderei ser uma mais-valia uma vez que pretendo marcar a diferença, desde logo tratando todos os munícipes em pé igualdade e sabendo ouvir todas as pessoas sem fazer qualquer distinção.
É muito importante estar perto de quem verdadeiramente sente na pele os problemas do dia-a-dia. Não podemos continuar a contactar com os eleitores apenas quando há eleições. Este é um trabalho e um dever de qualquer governante. Como poderemos gerir bem os destinos de um concelho se não ouvirmos os anseios e preocupações de quem está no terreno todos os dias? Quero ser um autarca presente, sabendo ouvir com atenção todas as queixas e tendo a capacidade de resolver quaisquer problemas, sejam maiores ou mais pequenos, da população do concelho de Ponta Delgada.
2 – Quais os principais desafios e problemas que o município enfrenta actualmente?
Desafios e problemas encontramos todos os dias. O que hoje é um problema, amanhã poderá deixar de o ser, mas, garantidamente, logo surgirão novos problemas e desafios. Estou pronto para trabalhar com toda a transparência e honestidade. Quando se fala em problemas do município é preciso fazer uma distinção entre os problemas que são transversais a todo o concelho de Ponta Delgada e aos outros que são específicos de cada freguesia. Um problema, por exemplo, no Pilar da Bretanha, poderá não o ser em São José. Ou seja, é preciso olhar com muita cautela para cada freguesia, percebendo as especificidades de cada localidade e ir ao encontro do que verdadeiramente cada munícipe necessita.
Ao nível concelhio, aponto, desde logo, a necessidade de reduzir os números do desemprego. O desemprego, em particular, nas camadas jovens, continua a ser uma questão preocupante e que depende não só do Município, mas também de políticas eficazes do Governo Regional. Ainda assim, considero que, nesta matéria, o poder local pode contribuir de uma forma construtiva para combater o desemprego. Não podemos continuar com programas que só escondem os verdadeiros números do desemprego. É preciso ir mais além e dar estabilidade e dignidade às famílias e aos jovens dando a oportunidade de trabalharem não só seis meses ou um ano, mas garantindo empregos duradoiros.
Por outro lado, e como forma de fazer crescer a economia do concelho temos de criar condições que incentivem ao investimento. Assistimos, nos últimos anos, ao fecho de muito comércio tanto na baixa de Ponta Delgada, como em muitas localidades rurais. É preciso perceber o que falhou e dar as ferramentas necessárias para que os nossos empresários queiram investir no concelho, sem esquecer os jovens. Não podemos continuar a olhar impávidos e serenos à saída dos nossos jovens para outros países da Europa. Precisamos desta mão-de-obra qualificada. Todos, sem excepção, são importantes e para crescermos e evoluirmos precisamos de todos.
Há muitas outras questões que carecem de uma atenção redobrada da autarquia como é o caso do melhoramento das vias, de uma melhor gestão da recolha de lixo, uma vez que há falta de contentores para depositarem o lixo, ou da requalificação das zonas balneares de todo o concelho.
Outra matéria que entendo que deve ser melhorada prende-se com o estacionamento para os motociclos. De facto, não se vê, em Ponta Delgada, muitos lugares de estacionamento para os motociclos. Ao criar-se mais lugares estaremos também a dar a possibilidade e a incentivar a que se utilize mais este meio de transporte, podendo retirar assim muitas viaturas à cidade e facilitando a vida a muitas pessoas.
Por último, e ao nível da Protecção Civil, a minha candidatura defende que se deveria criar um pólo/Quartel de Bombeiros na Bretanha à semelhança do que já existe nos Ginetes. Só mesmo quem vive nestas zonas mais rurais do concelho consegue avaliar a falta que faz um serviço destes que esteja mais próximo da população.
3 – Quais serão as suas principais prioridades e propostas para responder a estes desafios?
Tudo o que acabei de referir são prioridades. Para mim, qualquer medida que venha beneficiar a população e trazer mais qualidade de vida é sempre prioritária. Bem sei que não se consegue fazer tudo de uma vez, mas também não se pode ficar parado à espera que as coisas aconteçam os se resolvam por milagre.
A par dos problemas e desafios para os quais irei procurar soluções rápidas e viáveis, considero ainda de primordial importância, a requalificação do centro Histórico de PDL. Temos uma cidade maravilhosa, uma das mais lindas da Europa e é preciso potenciar esta beleza e tirar proveito das capacidades do concelho. Ponta Delgada tem de ser uma cidade de que os munícipes de orgulhem e, ao mesmo tempo, um destino que seja cada vez mais procurado, potenciando assim o turismo.
Como forma de potenciar a baixa de Ponta Delgada e a economia local defendo a extinção de pagamento de parquímetros ao Sábado, e não apenas como já se faz na época natalícia. Pequenas medidas que podem advir em grandes resultados.
Outro exemplo de como pequenas medidas poderão fazer a diferença na vida dos munícipes passa por colocar um vigilante nos Parque de Estacionamento Gratuitos em horário laboral. Assim, estaríamos a tranquilizar os Munícipes e a criar mais postos de trabalho, contribuindo ainda para reduzir os números do desemprego.
4 – Em matéria de política fiscal o tem a propor aos munícipes?
A política fiscal nos últimos anos tem sido uma preocupação e tem deixado muitas famílias em muitas dificuldades financeiras. Esta é uma questão complicada, mas não é difícil e tem de passar pela redução de Taxas e Impostos. O IMI terá de ser repensado. É preciso coragem política para mexer nesta receita autárquica, mas estou disponível para encontrar uma solução que beneficie todas as partes, sendo que a prioridade são, sem dúvida, os munícipes.
Do mesmo modo, também me parece que as taxas de ocupação de vias poderá ser outra matéria de análise.
5 – Nas áreas económica e social, que intervenção deve ter a autarquia, na sua opinião?
Desde logo combater a subsidiodependência. Esta é uma bandeira do Chega e não vamos descansar até conseguirmos concretizar este nosso objectivo. Não podemos continuar a assistir a este flagelo. É preciso fiscalizar mais e beneficiar somente aqueles que verdadeiramente necessitam. O RSI acaba por ser também uma forma de incentivar ao ócio. Reduzindo o RSI também se está a combater a pobreza e o desemprego. Quanto menos pessoas precisarem recorrer a este apoio, menos desemprego teremos e, por conseguinte, menos pobreza. A sociedade tem de ser activa, ter emprego e um ordenado fixo de forma a viver dignamente. Não podemos continuar a depender de subsídios governamentais que, em vez de serem ajudas pontuais, estão a tornar-se em “reformas vitalícias”. Está na hora de acabar com isso!
O concelho de Ponta Delgada precisa ainda de mais creches e Lares de Idosos. Com a criação destas infraestruturas estaremos a melhorar significativamente a vida a todos os munícipes e, uma vez mais, a aumentar postos de trabalho.
Não podemos ainda fechar os olhos a outro problema social como a toxicodependência que encerra em si muitos outros problemas sociais como é o caso, por exemplo, da violência doméstica e outras questões. O combate às dependências tem de começar na prevenção. É preciso apostar mais no desporto jovem e na criação de zonas de lazer. Desta forma, estaremos a dar um contributo saudável e a afastar os jovens de comportamentos desviantes.
6 – Em termos urbanísticos, o que é mais urgente solucionar e como?
É preciso criar mais zonas de lazer e apostar mais na habitação para casais jovens. A autarquia poderá ser um parceiro do Governo Regional na criação de incentivos destinados aos jovens trabalhadores para a aquisição de moradia.
7 – Como pretende articular a sua relação com o Governo Regional e em que áreas/projectos espera a cooperação do executivo açoriano?
A relação com o Governo Regional será de total disponibilidade e abertura em qualquer área e/ou projecto. Independentemente da cor política, seja da autarquia, seja do Governo Regional, o que importa são os cidadãos. Como autarca responsável esta será sempre a minha postura. Por isso, tudo o que for preciso fazer para tornar melhor a vida dos munícipes é o que farei, seja com quem for e de que cor partidária for.
8 – O que é que o distingue dos seus adversários políticos?
Não poderei dizer que é o que me distingue dos restantes adversários políticos, o que posso garantir é que sou um candidato que valoriza a classe trabalhadora e que não tenho medo de enfrentar a realidade e dizer o que os outros têm medo de dizer.
Apresento-me a estas eleições autárquicas com a certeza de que serei um autarca que saberá ouvir atentamente todos os munícipes, indo ao encontro dos problemas de cada pessoa.
Irei desempenhar as minhas funções com toda a honestidade, clareza e transparência sem esquecer que todas as pessoas são importantes e que merecem todo o respeito possível.
Fonte: Açoriano Oriental