Entrevista do jornal Açoriano Oriental a António Mendonça, Candidato à Câmara Municipal da Povoação, pelo Chega.
1 – Porque aceitou ser candidato à presidência da Câmara?
Aceitei ser candidato à presidência da Câmara Municipal da Povoação por entender que posso ser uma mais-valia para o concelho, contribuindo com ideias e soluções para os problemas que assolam este concelho. Assumi este compromisso com o objectivo de ser a voz daqueles que não a têm, com o objectivo de, todos juntos, conseguirmos uma vida digna para os nossos cidadãos e para esta nova e futura geração.
Acredito que poderei fazer a diferença com políticas inovadoras e sempre centradas nas necessidades mais prementes do concelho.
2 – Quais os principais desafios e problemas que o município enfrenta actualmente?
Um dos principais desafios passa por dar a volta a todos os constrangimentos provocados pela pandemia. As questões económicas, como a sobrevivência das famílias e das empresas é uma prioridade. É preciso estar ao lado dos empresários para que não se fechem mais empresas, o que, por sua vez, aumenta, ainda mais, os números do desemprego e a pobreza nas famílias. A Povoação não é só a freguesia das Furnas. É preciso voltar a colocar este concelho no mapa, valorizando desde as Furnas até à freguesia mais recondida. É preciso apostar ainda mais no turismo. Temos um concelho com grandes potencialidades e com muitos pontos de interesse, só é preciso potenciá-los e fazer ver que vale a pena visitar este concelho. Cada uma das freguesias que constituem a Povoação têm a sua beleza, seja paisagística, cultural ou social. É preciso investir mais nas freguesias mais afastadas, assim estaremos a criar mais postos de trabalho e a tornar mais viva a economia local.
3 – Quais serão as suas principais prioridades e propostas para responder a estes desafios?
A prinicipal prioridade será mesmo combater a corrupção e o compadrio. É preciso trabalhar de forma clara e transparente, ouvindo todos os munícipes e percebendo quais as suas maiores preocupações. São os autarcas os primeiros responsáveis por proporcionarem uma vida digna a todos os cidadãos. Um autarca não pode estar junto da população apenas em campanhas eleitorais, é preciso ir ao encontro dos povoacenses todos os dias. Os munícipes precisam do apoio das autarquias e do seu presidente. É preciso acabar com os apoios apenas para os amigos. A Povoação e a sua população têm que acreditar que vale a pena viver neste concelho e que estará protegida se precisar de auxílio. A riqueza precisa de ser melhor distribuída para que não se assista a um fosso, ainda maior, entre pobres e ricos. Um cidadão da Povoação merece o mesmo que um cidadão de Ponta Delgada, de Vila do Porto, em Santa Maria, ou de qualquer outro cidadão, seja ele de que concelho for. As pessoas têm que sentir que não estão abandonadas e que os políticos se interessam, verdadeiramente, pelos seus problemas não só quando precisam do voto, mas sempre que estiverem em funções.
4 – Em matéria de política fiscal o tem a propor aos munícipes?
Em matéria de política fiscal uma das medidas que propomos e que a minha candidatura considera prioritária é a extinção do IMI. A meu ver, este imposto só agrava a saúde financeira das famílias que assim estão a pagar duas vezes pelo mesmo imóvel. Os cidadãos pagam para adquirir a habitação e vão continuar a pagar de outra forma com este imposto. Não só o IMI precisa ser revisto, como muitas outras taxas impostas pela autarquia. É preciso reavaliar estes impostos e ver até onde as autarquias podem ir em matéria de política fiscal, contribuindo assim para um maior desafogo das famílias.
Actualmente, as famílias estão afixiadas em impostos, e muitas delas sem rendimentos suficientes para fazerem face a todas as despesas do agregado familiar. Esta é uma situação que me preocupa e deveria preocupar qualquer governante.
5 – Nas áreas económica e social, que intervenção deve ter a autarquia, na sua opinião?
Defendo que o poder local pode, e deve, dar melhores condições de trabalho às Forças de Segurança, como a PSP ou a GNR, e Associações de Bombeiros Voluntários. Na área da protecção civil qualquer apoio é bem-vindo a estas instituições, pelo que a autarquia, dentro das suas competências, poderá criar alguns mecanismos que vão ao encontro das necessidades mais prementes destas forças de segurança e agentes da protecção civil da nossa sociedade.
As forças de segurança precisam de condições dignas de trabalho para poderem desempenhar cabalmente a missão que lhes está conferida. Não podemos exigir destes órgãos o que não nos podem dar apenas porque não têm as condições necessárias. Como autarca, pretendo intervir e ser a voz destas instituições juntos dos órgãos próprios, lutando e batalhando para que lhes sejam dadas as ferramentas necessárias ao bom desenvolvimento do trabalho destas instituições no terreno.
Por outro lado, enquanto autarca procurarei dar também atenção ao sector da saúde. Em parceria com o Governo Regional pretendo ser uma voz activa e reinvindicativa para melhorar os acessos aos cuidados de saúde nos centros de saúde e em lares de idosos.
6 – Em termos urbanísticos, o que é mais urgente solucionar e como?
Temos que lançar um olhar muito atento às muitas habitações devolutas e em más condições de habitabilidade. É urgente reerguer estas casas que ficaram abandonadas e também inabitáveis. Por outro lado, a habitação jovem também é uma prioridade. Não podemos continuar a excluir os jovens e é necessário dar-lhes condições para se fixarem no concelho. Os jovens da Povoação não podem continuar a «fugir» para outros concelhos à procura de emprego ou de habitação. São estes jovens que são o garante do futuro da Povoação e é necessário ir ao seu encontro e responder às suas necessidades.
Outras questões como mais parques de estacionamento, creches ou parques infantis precisam de ser revistas e ponderadas. As crianças precisam crescer em segurança e terem uma infância feliz. Crianças felizes, darão adultos felizes e comprometidos. Cabe ao poder local assegurar que este crescimento e desenvolvimento se faça de forma natural. Ao proporcionar melhores condições de vida aos futuros homens e mulheres da Povoação estaremos a investir, com segurança, no concelho da Povoação e no seu desenvolvimento.
7 – Como pretende articular a sua relação com o governo regional e em que áreas/projetos espera a cooperação do executivo açoriano?
Estou disponível para trabalhar com qualquer Governo seja de que partido for. O importante é o bem-estar da população e a resolução dos problemas dos povoacenses. Uma área onde pretendo apostar com força e ser uma voz bastante activa será no emprego. Bem sabemos que a pandemia deixou no desemprego centenas de pessoas que se juntaram às restantes que já estavam no desemprego muito antes da pandemia. Vou trabalhar e intervir para que se criem mais programas de emprego para poder tirar do desemprego o maior número possível de cidadãos.
Combatendo o desemprego, estaremos também a combater a subsidiodependência e a probreza e por sua vez estaremos a contribuir para a redução da criminalidade como a violência doméstica e o tráfico e consumo de estupefacientes.
É preciso uma política séria nesta área. Enquanto autarca irei debater-me para levar a cabo uma política de fiscalização quanto à atribuição dos apoios sociais como o Rendimento de Inserção Social. Não podemos continuar a dar dinheiro dos contribuintes sem averiguar se essas mesmas verbas estão a ser bem aplicadas e estão a ir para quem verdadeiramente precisa.
Tem se assisitido a muitas injustiças sociais e é preciso parar com isso de uma vez por todas.
8 – O que é que o distingue dos seus adversários políticos?
Não sei o que me distingue. O que sei é que serei um autarca íntegro, que pretende trabalhar com honestidade sabendo ouvir todos os munícipes e indo ao encontro das suas necessidades sejam elas quais forem.
Quero defender o concelho da Povoação e cada um dos seus munícipes com garra, convicção e determinação. De mim só podem esperar transparência e verdade sempre em prol de melhores condições de vida e de fazer crescer o concelho da Povoação.
Fonte: Açoriano Oriental