MULHERES NA POLÍTICA NÃO PODE SER IMPOSTO POR DECRETO

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Num cenário político cada vez mais marcado por quotas, ideologia de género e representações forçadas, o partido CHEGA tem assumido uma posição clara: defender o mérito acima de tudo. Para muitos, esta é uma visão controversa, para outros, é um regresso ao bom senso.

A obrigação da paridade na política é algo com que o CHEGA não concorda, por considerar que quem está na política tem de ser por gosto, vontade e vocação e não por imposição ou por decreto-lei.

Não se pode obrigar mulheres ou homens a irem para a política, só porque alguém entendeu que, nesta matéria, teria de ser obrigatório haver uma quota para mulheres e homens. Nada mais errado! Seja na política, como em outro qualquer sector de actividade, os cidadãos devem fazer parte, acima de tudo, e principalmente, por mérito e porque assim o querem e desejam.

Por outro lado, a paridade pode ainda levar a injustiças, na medida em que para poder cumprir com a lei, poder-se-á correr o risco de deixar de fora cidadãos com perfil adequado para uma respectiva função, em detrimento de outros que, possivelmente, até nem estão tão preparados ou sequer desejariam ocupar determinado lugar.

Como mulher, até considero desrespeitoso e ultrajante para as mulheres que tenham de existir quotas na política. Uma mulher (ou homem) tem de estar onde quiser por opção e não porque alguém obriga.

O CHEGA não se opõe à presença das mulheres na política, antes pelo contrário, ou eu não estaria, neste momento, a escrever este artigo. Aliás, tem mulheres nos seus quadros e candidaturas. Mas rejeitamos a imposição de quotas como forma de alcançar a igualdade. As mulheres devem chegar aos lugares de decisão pela sua competência, não por serem mulheres. O género não pode pesar mais que o currículo de qualquer pessoa.

Não se pode continuar na retórica da vitimização feminina, mantendo um discurso ideológico que só serve para dividir e manipular a sociedade e induzir os cidadãos em erro. Em Portugal, as mulheres têm liberdade para participar na política e em qualquer outra área – o que falta, muitas vezes, é vontade e não oportunidades.

O papel da mulher na política não deve ser artificialmente amplificado nem inferiorizado. Deve ser fruto de livre escolha, de esforço e de competência.

O que deve sim existir é um modelo onde as mulheres podem (e devem) participar na política, mas sem paternalismos, sem quotas e sem a imposição de uma agenda feminista que coloca as mulheres como eternas vítimas e os homens como opressores por definição.

Olivéria Santos
Deputada do CHEGA Açores