Tiago Azevedo natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, Angra do Heroísmo e batizado em Santa Cruz, Praia da Vitória, com 37 anos, é o candidato do Chega à presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória, nas eleições autárquicas do próximo dia 26 de setembro. Residente na freguesia da Fonte do Bastardo, concelho da Praia da Vitória, Tiago Azevedo é psicólogo tendo como formação académica mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde.
Nesta entrevista, o candidato do partido fundado por André Ventura, diz que se apresenta a sufrágio eleitoral contra os “níveis de corrupção instalados”, que servindo os interesses da classe política, estagnam o desenvolvimento socioeconómico do concelho e defraudam as expetativas dos praienses. Para o candidato do partido populista e nacionalista de direita, é preciso “dar vida á Praia”, e afirma que é totalmente incompreensível que no Orçamento Regional de 2021, não exista uma única medida de apoio ao Município praiense, com o silêncio cúmplice dos partidos do sistema. Na estratégia de “dar vida à Praia”, Tiago Azevedo defende que a “remoção dos parquímetros é essencial”, a par de “libertar as pessoas da situação que as colocaram com o intuito de ganhar votos”, valorizando “o fruto que advêm do trabalho”. Nestas autárquicas, o candidato do Chega — partido que concorre pela primeira — assume que um dos grandes objetivos é eleger um vereador e pelo menos dois deputados municipais.
Formalmente reconhecido como partido político, pelo Tribunal Constitucional, em 09 de abril de 2019, estas são as primeiras eleições autárquicas que o Chega concorre. Nas últimas Legislativas Regionais (2020), o Chega obteve no concelho da Praia da Vitória 462 (5,6%) votos.
“Níveis de corrupção instalados no poder que servem apenas os interesses dos partidos lesando ano após ano os praienses”
Praia Expresso (PE) — Quais as principais razões que o levaram a candidatar-se à presidência da Câmara Municipal da Praia da Vitória?
Tiago Azevedo (TA) — O estado socioeconómico da Praia foi a principal razão que me levou a realizar a presente candidatura, assim como, os níveis de corrupção instalados no poder que servem apenas os interesses dos partidos lesando ano após ano os praienses. Nesta campanha assistimos à mais uma situação muito pouco “transparente” que revela o estado atual da nossa democracia.
“É incompreensível no orçamento regional não contemple uma medida de apoio ao nosso município e infelizmente todos os partidos ficaram a assobiar para o lado”
PE — O Chega acusa as outras candidaturas de uma “amálgama” de promessas para preencher manifestos eleitorais, que depois não saem do papel, afirmando-se como única alternativa com ações e medidas concretas. Que ações e medidas são essas?
TA – A única forma que temos de mudar a situação atual é com investimento que traga retorno à economia, e no caso concreto da Praia da Vitória, é essencial haver obras no dois pontos de entrada da ilha e mais concretamente na Praia da Vitória para contribuir para o crescimento económico do nosso município. Não podemos ter um aeroporto com apenas três “slots” e também não podemos continuar sem ter um Cais de Cruzeiros que albergue um cruzeiro de grandes dimensões com as devidas condições. Se aumentarmos o número de “slots” teremos uma maior oferta em termos de turismo na aviação e também ao criarmos condições para receber um Cruzeiro grande, em condições, teremos 1000 a 2000, entre duas a três vezes por semana a consumir no nosso comércio local. É necessário aplicar o dinheiro que vem da famosa “bazuca” na Praia da Vitória e assim iremos começar a ver a luz ao fundo do túnel. É incompreensível no orçamento regional não contemple uma medida de apoio ao nosso município e infelizmente todos os partidos ficaram a assobiar para o lado.
“A remoção dos parquímetros é essencial para a vida da nossa Praia”
PE — Aquando do jantar comício de apresentação da sua candidatura, centrou a sua atenção na resolução dos problemas económicos da cidade, que classificou de “fantasma”. Que medidas preconiza neste domínio?
TA – A criação de um serviço de apoio a novos projetos de investimentos no nosso município totalmente gratuito será uma das alavancas para a mudança. Infelizmente é do conhecimento de todos os custos elevadíssimos dos projetos e isto constitui-se como uma barreira clara para muitos investidores. Desta forma, a câmara será uma alavanca na economia local que será um parceiro ativo na procura de investimento interno quer externo à região. Para nós será muito importante formar uma nova indústria no concelho e estamos a estudar qual será a melhor solução para o contexto da Praia da Vitória. A remoção dos parquímetros é essencial para a vida da nossa Praia, precisamos de pessoas a fazer compras, a passearem, a tomar café e os parquímetros têm o efeito contrário. É incompreensível para nós que o executivo e os seus vereadores tenham renovado o contrato em vigor que beneficia apenas a Câmara e prejudica todo o nosso comércio local. Vergonhoso!
Queremos também apoiar o arrendamento jovem a longo prazo através de bolsas de apoio, ainda, a criação de quiosques na linha da praia oferecendo diversos tipos de atividades turísticas e artesanato local. A criação de um “ginásio” infantil/centro de atividades de excelência a baixo custo durante todos os dias, com o intuito de ter um local que preste serviços de excelência enquanto os pais procedem às suas compras no nosso comércio local.
Com o nosso executivo iremos também manter a isenção de taxas municipais (atuais) durante os próximos 2 anos, estas serão algumas das medidas para darmos vida a nossa Praia entre outras.
“O que pretendemos é libertar as pessoas da situação que as colocaram com o intuito de ganhar votos”
PE — O Chega centra grande parte da sua ação política no combate ao RSI que genericamente chama de “subsidiodependência”. Que respostas sociais terão os praienses com um executivo municipal liderado pelo Chega?
TA – O que pretendemos é libertar as pessoas da situação que as colocaram com o intuito de ganhar votos. É imperativo voltar a dar as pessoas sonhos, vontades, liberdades que só podemos alcançar através da formação e do emprego. É preciso voltar a valorizar o fruto que advêm do trabalho e tudo o conseguimos alcançar na nossa vida com o mesmo e deixar de viver uma vida amorfa, sem nexo, sem futuro, sem sonhos e sem objetivos. Esta é a principal preocupação do Chega. “Dar Vida à Praia” significa dar vida a todos os seus munícipes. Seja através de formação provida pelo Município ou programas de emprego junto dos serviços afetos à Câmara iremos voltar a dar esperança e foco de vida a todos os munícipes que através das dificuldades caíram nesta teia de facilitismo e miséria. Mas nós dizemos Presente e estaremos aqui para ajudar todos a integrarem quem tiver condições no mercado de trabalho.
“Estes últimos quatro anos foram uma nulidade em termos de governação que ficou comprovada pela vergonha que todos os munícipes tiveram de passar ao assistir às quezilas internas entre o presidente e os seus vereadores”
PE — Outra das bandeiras do Chega é a transparência e o combate à corrupção. Ainda recentemente, declarou à Lusa, que “tem faltado imensa seriedade” ao atual executivo socialista. Em concreto, onde faltou esta seriedade e o que mudaria com o Chega?
TA – Infelizmente em tudo, estes últimos quatro anos foram uma nulidade em termos de governação que ficou comprovada pela vergonha que todos os munícipes tiveram de passar ao assistir às quezilas internas entre o presidente e os seus vereadores demonstrou a ausência de trabalho e seriedade de todo o executivo. Sem ser campos de futebol renovados e sedes para os nossos escuteiros o presente executivo e os seus têm pouco ou nada para mostrar em relação as mil promessas feitas como o “cais de cruzeiros no porto dos americanos”.
Ainda, nestes quatro anos assistimos a Câmara ameaçar com processos em tribunal contra sujeitos plenos de conhecimento, com evidências cientificas e isto é prova exatamente o que disse anteriormente. Este tipo de comportamento revela falta de democracia e um atentado a liberdade de expressão e no final desta trabalhada toda apareceu uma obra de fornecimento de água a 20% da população. Este tipo de comportamento tem de acabar e só partilhando o conhecimento/ informação é que voltamos a ter um executivo sério com os seus votantes.
“O nosso objetivo é sem dúvida eleger um vereador e pelo menos dois deputados na assembleia municipal”
PE — Por fim, em termos eleitorais, quais os objetivos que se propõe atingir?
TA – O nosso objetivo é sem dúvida eleger um vereador e pelo menos dois deputados na assembleia municipal. Sendo a nossa primeira eleição em termos de autarquias temos de ser objetivos e realistas e não podemos esperar melhor resultado que este. Queremos uma mudança de paradigma, mas infelizmente tudo o que é BOM demora a construir.
Fonte: Praia Expresso