Não será nehuma novidade dizer que vivemos um tempo diferente. Por um lado, fruto da tal pandemia, por outro, por ser altura de prestar contas ao eleitorado.
Mas se prestar contas fosse algo fácil em política, a grande maioria não seria reeleita. Isto porque a maioria das promessas e grandes resultados que viriam para um tal futuro, ficaram na sua maioria, sempre apenas pelas palavras impressas, num qualquer manifesto eleitoral que já colocamos todos no lixo.
Costumo dizer, e julgo não estar enganado, que levamos quatro anos a reclamar, mas um mês a aceitar o que nos dão. É assim a política, são assim os seus intervenientes, até chega a ser assim o bom povo que, com beijos e bolos, lá passam por tolos.
E não tem razão quem não vota? Claro que tem. São enganados constantemente por isso nem vale a pena passar cartão. Com tudo isto aumenta a abstenção e ficam a reinar os que apanharam a porta aberta.
Ao longo de quase trinta anos, tento acreditar na política, se bem que tenho dificuldade em acreditar nos políticos, mesmo sendo um deles. Ao longo deste tempo vejo e tenho visto de tudo. Até parece que vamos à pesca, é só “engodar”, mas o real acto da pescaria fica pelos gabinetes confortáveis, durante mais quatro anos. O beijo caloroso da campanha transforma-se num “não posso atender agora” ou “vá falar ali com fulano e beltrano”. É a dura realidade.
Por opção, juntei-me a outro movimento, aquele que diz Chega a toda esta anedótica paródia que a poucos faz rir e a muitos chorar. Juntei-me por ser diferente, uma diferença que está no assumir da liberdade, aquela que me permite dizer a verdade, e toda a verdade, sem olhar por cima do ombro, não venha algum cangalheiro para me levar.
A democracia faz-se com quem governa, mas também com quem faz oposição. Certo e sabido é que alguns apenas estão disponíveis para o “tacho” governativo, em vez de terem uma visão de cidadania que permita estar em qualquer um dos lados da democracia. Até acrescento que uma boa governação se faz com uma boa oposição. Isto porque quem governa tem de saber ouvir quem a fiscaliza, impedindo assim os erros que acabam por prejudicar quem mais interessa: as Pessoas.
Não tentarei ter a presunção de querer realizar um futuro sem ter cumprido com o passado e o presente, mas cada um sabe de si, sendo que a mais não é obrigado.
Não me darei ao luxo de para aqui vir prometer o que outros não cumpriram. A seu tempo, apresentarei sugestões, opções e oportunidades, dentro daquilo que é a realidade, quer seja social, quer seja financeira do município da Lagoa. Deste remédio todos já provamos e ainda vamos tendo o amargo na boca.
A Lagoa merece muito mais, merece que se respeite tudo e todos e não apenas um punhado de “privilegiados” que apenas tiveram de ter os amigos certos, nos lugares certos, no tempo certo. Por tudo isto, paga povo sem reclamar.
E tal como comecei, aqui fica o alerta: com beijos e bolos vão se enganado os tolos e não sejas um deles.
Haja saúde,
José Pacheco