Quando me convidaram a escrever para este jornal, pensei logo nas razões que me levaram ao Chega, e rapidamente percebi que iria precisar do jornal inteiro para colocar a escrito todas as preocupações e todas as necessidades que partilho com este partido e que este país enfrenta, em todas as frentes, e que décadas de sucessivos desastres à esquerda e à direita trouxeram à vida da maioria.
Como só tenho direito a 2500 caracteres, foi necessário delinear uma estratégia. Que melhor maneira de começar do que com o princípio? A primeira razão que me levou ao Chega, no sentido de ser a mais imediata e não por ser a mais importante, é exemplificada por um célebre conto de Hans Christian Andersen, que diz assim, resumidamente:“Era uma vez um rei, homem vaidoso, que no desejo de aumentar o seu já de si avultado guarda roupa, convocou à Corte um par de alfaiates.
Estes, trapaceiros, convenceram-no que tinham em sua posse um material tão raro, tão precioso, tão inovador, que apenas os mais cultos e inteligentes eram capazes de ver a roupa que com ele se produzia.
Passaram então dias a medir o rei e a fingir vesti-lo com roupas invisíveis, sempre elogiando a elegância e exuberância do monarca. Este, por sua vez, perante o seu reflexo pouco glorioso ao espelho, não quis admitir a ninguém a sua ignorância, pelo que pagou os alfaiates e convocou um grandioso desfile, para mostrar as novas roupas ao povo.
Correu então pela cidade que apenas as pessoas cultas e inteligentes podiam ver as novas roupas do rei, tal a preciosidade do novo material. Assim, quando começou o desfile, todos deixavam sair elogios e palmas à fabulosa vestimenta que cobria o seu monarca. Todos, menos um. Entre a populaça, um jovem apontou subitamente para o rei e exclamou, rindo: O rei vai nu! O rei vai nu! Rapidamente alastrou pelo povo o reconhecimento que o rei ia, de facto, nu.
As risadas aumentaram, assim como as exclamações, até que por fim toda a sociedade pôs fim à mascarada, e o rei envergonhado regressou ao palácio, de onde nunca mais saiu.” O rei António Costa vai nu. As roupas que ele quis e quer impingir aos portugueses são ficções para nos distrair, e separar, e quem apontou o dedo e exclamou a verdade foi, e ainda é, André Ventura.
E os 400.000 portugueses, eu incluído, que votaram no Chega em 2022, nós somos o povo que primeiro teve a coragem de reconhecer a verdade, e juntar a nossa voz ao fim da farsa.
Há mais razões que me levaram ao Chega, mas essas ficam para uma próxima edição.
Henrique Álvares Cabral