CHEGA DEFENDE PREÇOS JUSTOS NÃO SÓ PARA O LEITE, MAS PARA TODOS OS PRODUTOS AGRÍCOLAS DOS AÇORES

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A agricultura não pode continuar a ser o parente pobre da economia dos Açores. A afirmação foi proferida pelo deputado do Chega, José Pacheco, no âmbito da discussão, esta tarde, na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, do Projecto de Resolução que prevê “Investimento e capacitação para uma agricultura sustentável”, apresentado pelo Grupo Parlamentar do PSD.

Para José Pacheco chegou a altura de parar para se analisar o passado e repensar o futuro e o que se pretende para o sector agrícola regional, defendendo uma maior aposta e valorização dos produtos regionais.
O deputado diz não ser admissível que num qualquer mercado dos Açores se encontre uma grande quantidade de produtos importados, “unicamente porque o que se produz nos Açores é mais caro e os consumidores querem é comprar barato”.
Por outro lado, lamentou, também que “os melhores terrenos tenham sido convertidos em pastagens”, avançando que “a verdade é que muitos dos terrenos que produziam muitos produtos agrícolas regionais passaram a servir apenas para a lavoura”.

Entende José Pacheco que “se é certo que o preço do leite tenha que ser revisto, repensado e renegociado, aliás o Chega tem defendido uma subida de 10 cêntimos no preço do litro do leite pago ao produtor”, também muitos outros produtos necessitam ser valorizados, daí que o deputado defenda uma paragem, “precisamente para conversar, para ver o que é viável e rentável no sector agrícola, no seu todo, e não apenas no que concerne ao leite”, disse.

Avança o parlamentar que “é um facto que temos muitos produtos icónicos, como o ananás de São Miguel que, apesar de já não ser aquele produto que dá grande rentabilidade, é um produto dos Açores e merece ser protegido, porém há uma outra série de produtos que merecem a nossa atenção. É o caso, por exemplo, do maracujá ou da banana”.

A título de exemplo, o deputado explica que no caso do maracujá, trata-se de um produto que “atinge valores bastante elevados, sendo consumido internamente, e não depende da exportação para ser rentável. Contudo, se houver melhores condições para produzir mais maracujá, teríamos mais um produto com valor acrescentado nos Açores”, defende.

Do mesmo modo, diz o deputado, “é também fundamental que os preços dos produtos açorianos, que também são vendidos aos turistas, sejam justos para todos. Falamos de produtos genuínos, com sabores diferentes, como a banana dos Açores, ou as meloas de Santa Maria e da Graciosa”.

No entender de José Pacheco, “o sector agrícola regional tem muitas condições para chegar muito mais longe e sem ser apenas no leite, mas a muitos outros produtos da Região, dando como exemplo o araçal, a nêspera e tantos outros que poderiam, genuinamente, estar a ser rentabilizados e vendidos aos nossos turistas”.

Outra aposta, por exemplo, poderá ser o café, onde já há casos de sucesso em São Jorge, acreditando o Chega que poderia ser mais uma hipótese a analisar, sentando à mesma mesa produtores, técnicos, parceiros e Governo, “de forma a não se cometerem os mesmos erros do passado ou novos erros”.

Intervindo no debate, José Pacheco deixou ainda uma palavra de apreço a todos os agricultores açorianos que têm sabido cuidar das suas produções e pela sua resistência, bem como a todos os novos agricultores que têm desenvolvido projectos muito interessantes nesta área.

Por entender que é também importante a protecção do ambiente, o Chega apoiou com o voto favorável esta iniciativa do PSD.

Horta, 20 de Outubro de 2021
CHEGA I Comunicação