“AUTONOMIA TEM DE ASSENTAR NESTE PILAR FUNDAMENTAL QUE É EDUCAÇÃO”, DEFENDE O CHEGA

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“Um grande professor, inspira, mas quem irá inspirar este grande professor?”, questionou, esta manhã, na Assembleia Legislativa Regional, o deputado do Chega, José Pacheco, durante o debate, por iniciativa do Governo Regional, sobre Educação.

A este respeito, o parlamentar argumentou que, durante anos, o que se viu foi “professores a serem afundados em burocracia e em deveres, que não foi para isso que estudaram”. Para José Pacheco, “não se compreende que aquilo que deveria ser uma vocação, como ensinar as nossas crianças, e o que deveria ser um dos maiores pilares da nossa sociedade que assenta na formação, tenha falhado até hoje”.

Assumindo que nem tudo, ainda, está a ser bem feito, o deputado reconhece, contudo, que já estão a ser dados passos importantes para acabar com algumas injustiças, dando como exemplo a colocação, nas escolas, de pessoas em programas operacionais que, muitas vezes, desenvolvem um trabalho com pouca motivação e sem perspectivas de futuro. Para o Chega, “estas pessoas deveriam estar a trabalhar, efectivamente, dando, assim, segurança às escolas e aos alunos”.

“Eu não acredito que quem vai trabalhar por seis meses tenha alguma motivação e sequer esteja a trabalhar com gosto. Até provavelmente já está a pensar no que vai fazer passados aqueles seis meses”, comentou.

Intervindo no debate, José Pacheco frisou que apesar de já ter sido dado um passo em frente nesta matéria, é preciso continuar a dar mais e maiores passos destes, para que as escolas tenham os operacionais necessários. “Não compreendo como se abriram escolas, há uns anos, com um número tão reduzido de funcionários, numa altura até sem programas. Depois usaram-se os programas e isto não é vida”, anotou, acrescentando que, como pai, não pode “compreender ou aceitar estas situações. Não posso compreender que o nosso ensino seja tratado da mesma forma que é tratado tudo o resto”.

Por outro lado, o parlamentar enalteceu o facto do novo ano lectivo nos Açores ter arrancado com mais cerca de 200 professores em comparação com o ano passado e “fico satisfeito por ver um Secretário Regional (Educação) a mostrar o fruto do seu trabalho na Assembleia Regional. Pouco ou muito, foi o que se conseguiu fazer, porque durante os últimos 24 anos, ouvia mais desculpas do que propriamente relatos de trabalho feito, e os açorianos que estão em casa não me deixam mentir”, alertou.

“Quando olhava para os rankings das escolas, pensava que realmente eu vivia na Região mais pobre de Portugal, tão pobre em tudo e até na educação. Ao contrário do que defende a esquerda, nem sempre é com dinheiro que se resolvem muitos problemas, mas sim com formação e educação”.

Para José Pacheco, é imperioso que se aposte na formação de carreiras e de profissões que estão a desaparecer. “Ainda há dias ouvia que ao nível da construção civil já não temos mestres, mas sim serventes que subiram de categoria porque os mestres emigraram, uma vez que não têm oportunidades na sua terra”, comentou.

Do mesmo modo, o deputado do Chega considerou também ter sido um descuido da anterior governação socialista, ter-se passado dos 8 para os 80. Ou seja, do excesso passamos para a falta de professores. “Não se cuidou, não se pensou e não se estudou”, esta matéria. Precisamos de docentes e não pode ser qualquer um. “Para ser professor não é qualquer um que serve, para ser professor há que ter o dom, a sabedoria, paciência e ser inspirador para inspirar os outros”, advertiu.

Em jeito de alerta, o deputado do Chega frisou que “os rankings das escolas têm de subir, temos que ter melhores professores, porque o mais importante na educação são as nossas crianças, sendo que o que estiver à volta delas tem que ser muito bom para se desenvolver um trabalho pleno”.

Concluindo, José Pacheco, chamou ainda a atenção para que a Educação seja o pilar fundamental da Autonomia dos Açores.

Horta, 20 de Outubro de 2021
CHEGA I Comunicação