O deputado do Chega alertou, esta tarde, na assembleia Legislativa Regional dos Açores para a necessidade de não se confundir o que é artesanato dos Açores e o que são «bugigangas». A propósito do debate do Projecto de Resolução que prevê medidas de apoio aos artesãos dos Açores, José Pacheco lamentou que, por vezes, não se verifique esta diferenciação, não deixando, contudo, de compreender que, para algumas destas pessoas, esta seja também uma fonte de rendimento extra, muito por força dos fracos rendimentos de muitas famílias açorianas.
Por outro lado, o parlamentar chamou ainda a atenção para o que considerou de “grande escândalo da Marca Açores”, que, como disse, vem referenciada em inúmeros produtos, mas que, “de Açores o que apenas tem é o sítio onde foi vendido, ensacado ou exportado e, de Açores, tem muito pouco”.
O deputado do Chega recordou a riqueza e a beleza do artesanato dos Açores, disponível para todos os que visitam o arquipélago, lamentando, contudo, existir cada vez menos pessoas a se dedicarem, porque não dá o rendimento necessário.
Para José Pacheco trata-se de um sector que deve ser “acarinhado, até como promoção turística da nossa Região”, uma vez que “há casos em que não se produz o suficiente para vender, mas também sei que não há o incentivo necessário para se produzir mais, porque se vende a preços muito baixos”, observou.
Por outro lado, o deputado deixou ainda outro alerta quanto à promoção em feiras e eventos promocionais, frisando que “muitas vezes, nestas feiras, vão uma série de promotores turísticos que mais não fazem do que dar um passeio e o nosso artesanato, os nossos artesãos, aquelas pessoas que podiam mostrar genuinamente o que produzem, ficam para trás a passar pelas dificuldades do costume”.
Entende José Pacheco que o Estado, a Assembleia Regional e o Governo dos Açores têm o dever de apoiar e proteger estes artesãos e o nosso artesanato, divulgando e comercializando o que produzem, “porque é uma actividade que sozinha não consegue sobreviver”, considerando que se não o fizerem, corre-se o risco de “dentro de uns tempos só termos umas pedras pintadas para vender aos turistas e os nossos vimes, bonecos do presépio, tão tradicionais, bem como uma diversidade de tantos outros artigos, como as galochas que foram desaparecendo, ou outros produtos que perderam a sua genuinidade, fruto da produção em massa, acabam esquecidos para sempre e desvalorizados”.
Horta, 29 de Setembro de 2021
CHEGA I Comunicação