Cada euro entregue ao assistencialismo é um euro roubado a quem trabalha
Vivemos tempos perigosamente confusos. O discurso dominante, repetido até à exaustão por partidos e governos que vivem agarrados ao poder, insiste em pintar o assistencialismo como uma forma elevada de solidariedade. Mas essa narrativa é falsa, e pior: está destruindo o que resta da dignidade do trabalho em Portugal e nos Açores.
Cada euro mal entregue a este sistema de dependência é um euro que falta a quem trabalha, a quem paga impostos, a quem cumpre com sacrifício as suas obrigações. E é precisamente esse cidadão, o trabalhador, o empresário, o agricultor, o pescador, o profissional liberal, que é constantemente penalizado para sustentar uma máquina de apoios sem critério, sem exigência e interminável.
Confundir apoiar famílias com sustentar famílias é eternamente o primeiro erro. O segundo, mais grave, é fazer disso uma política de Estado.
Apoiar quem trabalha é garantir que há retorno para o esforço de todos os dias. É assegurar saúde de qualidade, educação com exigência, segurança nas ruas, apoios à natalidade para quem quer ter filhos, mas está sufocado pelos custos de vida. Isso é justo. Isso é investir no futuro.
Mas o que vemos hoje nos Açores e no país? Um sistema onde se entrega casa, renda, luz, gás, subsídios e cartões de apoio, muitas vezes a quem nunca deu nada em troca. E não falamos de quem passou por dificuldades reais e momentâneas, estamos a falar de um modelo de dependência perpetuado por conveniência política, alimentado com o dinheiro de quem trabalha.
Este assistencialismo não é solidariedade. É injustiça social. É um ataque direto ao mérito, ao esforço e à honestidade.
Além disso, cria gerações presas a apoios, sem ambição nem horizonte. E é precisamente isso que interessa aos partidos do costume: manter uma parte da população dependente, vulnerável, domesticada. Para quê? Para garantir o voto. É a velha troca: dependência por fidelidade eleitoral. É assim que se manipula a democracia. É assim que se compra o poder.
Nos Açores, conhecemos bem esta realidade. Há décadas que se repete o ciclo vicioso: promessas, apoios, dependência, pobreza. E no fim? Ficam as famílias presas a um sistema que nunca as liberta, apenas as acomoda. Não se promove autonomia, promove-se conformismo. Já CHEGA!
É tempo de mudar de paradigma. De dizer com clareza que o Estado tem obrigação de ajudar quem realmente precisa, mas não de sustentar quem recusa contribuir. Apoios devem existir, sim, mas com critérios rigorosos, temporários e com acompanhamento. Quem quer apoio, deve ter deveres. Quem quer solidariedade, deve aceitar responsabilidade.
O povo açoriano é trabalhador. É digno. Quer oportunidades, não esmolas. Quer justiça, não favores. Quer ser dono do seu destino, não refém de um sistema que o infantiliza.
No CHEGA, temos a coragem de dizer o que muitos pensam, mas não ousam afirmar: o assistencialismo mata a dignidade e perpetua a pobreza. Só valorizando o mérito, o esforço e o trabalho é que conseguiremos construir uma sociedade justa, equilibrada e livre.
Está na hora de virar a página. Está na hora de premiar quem faz, e não quem apenas espera.
José Pacheco
Presidente e Deputado do CHEGA Açores