Num debate de urgência sobre saúde, em concreto sobre o incêndio que deflagrou no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, em Maio, o líder parlamentar do CHEGA começou por dizer que a saúde nos Açores é caótica: “não se resolve, não melhora, adia-se, remenda-se, mas não se encontram soluções”.
E o CHEGA até apresentou uma solução que poderia ajudar, que foi aprovada na Assembleia Regional, mas que não foi executada. Trata-se do Cheque-Saúde – que permitia que quem não tivesse resposta no Serviço Regional de Saúde, para exames complementares ou consultas, pudesse recorrer aos serviços privados de saúde – “mas não foi implementado”, referiu José Pacheco.
O líder parlamentar afirmou que, em relação ao incêndio, “parece que há dois relatórios, e, ao que parece, brigam entre eles. E a senhora Secretária ainda quer fazer mais um estudo, mais um relatório? Não está na altura de começar a trabalhar e deixar os estudos”, questionou.
Falando nos relatórios sobre o incêndio, José Pacheco questionou a Secretária da Saúde, Mónica Seidi, “o que é uma bateria de condensadores?”. É que, afirma José Pacheco, “quando os políticos se substituem aos engenheiros e vice-versa, algo está errado. É melhor colocar as peças de xadrez no seu lugar e ouvir todos uns aos outros. Fico na dúvida de quem é que está a falar a verdade, se são os políticos ou os engenheiros, e sei que o Povo não acredita nos políticos, que vão perdendo credibilidade todos os dias”.
O parlamentar deu dois exemplos, na área da saúde, de promessas do actual Governo Regional que não foram cumpridas: “há um ano e meio pedimos para se reabrir o bar do HDES, mas não foi feito. Há dois anos, dissemos que fosse aberto o Serviço de Atendimento Urgente no Centro de Saúde de Ponta Delgada e só agora, devido ao incêndio no HDES, foi feito. Senhora Secretária, quem não conseguiu reactivar um bar, vai conseguir reabilitar um hospital? Tenho dúvidas”, reforçou José Pacheco.
O parlamentar insistiu que, além do HDES, também é preciso não esquecer os restantes hospitais e centros de saúde. “O ar condicionado do Centro de Saúde da Madalena do Pico já está a funcionar? É que falámos sobre isso há três anos”, referiu José Pacheco que acrescentou que, de acordo com o relatório do incêndio do HDES, “o serviço de instalações eléctricas era operado por funcionários sem capacidade técnica”. E questionou: “Como temos técnicos sem formação a tomar conta daquilo que falhou? E nos centros de saúde? Foi feita alguma fiscalização para verificar se está tudo em ordem?”, alertando para a saúde dos Açorianos, mas também para a população flutuante de turismo que visita todas as ilhas.
José Pacheco acusou ainda o Partido Socialista, que pediu o debate de urgência sobre saúde, de ser responsável pelo estado em que se encontrava o HDES no dia antes do incêndio. “O PS é o culpado do que estiver caduco no HDES. Há dois anos, a Administração do Hospital disse-me, numa visita que efectuei ao Hospital, que havia equipamentos que nunca sofreram manutenção, desde o dia em que o Hospital foi inaugurado”, reforçou.
Também a deputada Olivéria Santos entrou no debate para questionar a Secretária da Saúde sobre a possibilidade de se acelerarem procedimentos para que as obras no HDES avancem mais depressa, uma vez que sem um programa funcional – que só vai ser conhecido em Outubro – não se pode avançar para o projecto das obras. “Não foram ainda emitidas orientações para o novo hospital, mas mais do que se falar em hospital de futuro, temos de ter Açorianos com futuro e isso só se consegue com uma saúde digna e capaz, que dê todas as respostas”, afirmou a parlamentar.
Olivéria Santos questionou ainda a Secretária Regional sobre o Pavilhão Carlos Silveira, onde foi instalado o posto médico avançado, onde “as condições são lamentáveis e desumanas com tanto calor. Para situações extraordinárias, medidas extraordinárias, mas não se podem tomar medidas extraordinárias para dar melhores condições aos doentes e suas famílias?”.
Horta, 10 de Julho de 2024
CHEGA I Comunicação