Os deputados do CHEGA eleitos por São Miguel, José Pacheco e Olivéria Santos, estiveram hoje reunidos com a direcção da Associação Agrícola de São Miguel, no sentido de recolher contributos para apresentar propostas aquando da discussão do Plano e Orçamento para 2024. Na mesma reunião esteve também o deputado do CHEGA eleito pelo círculo dos Açores à Assembleia da República, Miguel Arruda, que também recebeu contributos para levar à discussão na Assembleia da República.
Uma das questões incontornáveis na reunião foi o preço do leite pago à produção, que o CHEGA tem defendido que deve ter um preço justo para quem trabalha 365 dias do ano para que resulte um produto de qualidade, não devendo ser as indústrias e a distribuição a ficar com a maior fatia dos lucros. O deputado José Pacheco defendeu junto do Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, que deve ser criado um preço base para o leite pago à produção, “que defenda os nossos produtores. Não se pode aceitar que a indústria e a distribuição deixem os nossos lavradores em mau estado financeiro e social, porque há um jogo de interesses de querer comprar leite ao desbarato, e quem o produz é o mais prejudicado”.
O líder parlamentar do CHEGA indicou que vão ser apresentadas algumas propostas, em sede de Orçamento, “para acabar com isto de uma vez por todas”, e lembrou uma outra proposta do CHEGA, que foi rejeitada na Assembleia legislativa Regional, que recomendava a utilização do Regime Jurídico dos Preços. “Sou o primeiro a defender o mercado livre, mas não posso ter um mercado livre em que são os pobres a pagar os bens essenciais para a sua sobrevivência, a preços exorbitantes. É inconcebível que na terra do leite, uma laranjada ou uma garrafa de água, custe muito mais que um litro de leite. Algo está errado e se está errado, a minha responsabilidade e dos deputados que me acompanham, é corrigir essa trajectória”, explicou José Pacheco.
Além do preço do leite, a questão dos caminhos agrícolas, a importância de todas as explorações terem electricidade e água, foram outros temas abordados na reunião com Jorge Rita. José Pacheco defendeu mais verbas para a agricultura no próximo Plano e Orçamento, até porque, nos documentos anteriores “a verba destinada para o IROA, que tem responsabilidade dos caminhos, electrificação e água, foi drasticamente reduzida. Não podemos aceitar isso. Temos de ter um reforço de verbas, mas em algo concreto, não é dinheiro para cooperativas”.
O parlamentar destacou o trabalho que a Associação Agrícola de São Miguel tem vindo a fazer na defesa de melhores infra-estruturas para a agricultura e entende que esse trabalho tem de ser reforçado, principalmente com mais verbas.
Nesta reunião de preparação para o Plano e Orçamento de 2024, foram ainda abordadas as questões sanitárias, quer vegetal quer animal, assim como a importância do cadastro rural, que ainda não chegou a todas as ilhas. O arrendamento rural, o parcelamento agrícola e a necessidade de maior articulação entre autarquias ao nível dos Planos Directores Municipais, para agilizar a infra-estruturação em algumas explorações, são também preocupações da Associação Agrícola de São Miguel que foram transmitidas aos parlamentares.
Os deputados do CHEGA na Assembleia Regional vão reunir com vários parceiros sociais, no sentido de recolher contributos para que possam ser apresentadas propostas ao nível do Plano e Orçamento para 2024, que deverá ser discutido em breve na Assembleia Legislativa Regional.
Também o deputado eleito à Assembleia da República pelo CHEGA, Miguel Arruda, recolheu junto da Associação Agrícola de São Miguel pareceres de situações que precisam de ser endereçadas à República. Prometendo ser a voz dos Açores na República, Miguel Arruda garante que uma das suas primeiras medidas, será questionar o próximo Governo acerca dos 15 milhões de euros prometidos para a agricultura na Região, “mas que nunca chegaram. Os nossos agricultores precisam dessas verbas porque estão a ficar cada vez mais descapitalizados”, argumentou.
Miguel Arruda assumiu o compromisso de, a partir de agora, manter uma relação ainda mais estreita com a Associação Agrícola de São Miguel para que possa reivindicar e defender os agricultores dos Açores junto da República.
Ponta Delgada, 21 de Março de 2024
CHEGA I Comunicação