A EDA sempre foi uma empresa do regime que se transformou numa empresa do sistema. A EDA existe não para produzir energia mais barata para as pessoas e para as empresas, mas para enriquecer (ainda mais) alguns grupos privados e para servir de albergue a desempregados políticos e para também dar tachos políticos calando algumas vozes inconvenientes. Claro, também serve para aguentar as dívidas da luz dos hospitais falidos e demais organismos, todos eles falidos, como a SATA. A troco destas alegadas “benesses“ sempre cobrou juros especulativos por esses calotes como veio a reconhecer recentemente uma ex-secretaria de Mota Amaral (do governo do século passado) e actual secretaria Berta Cabral – antes tarde do que nunca.
Mas em relação à energia o assunto ainda é mais gritante. Desde cedo que a EDA se apercebendo deste filão que é a agenda climática logo “cavalgou “a onda dos ambientalistas simplórios, aqueles que acham que nos Açores temos de dar o exemplo ao resto do mundo, como se não bastasse o nosso exemplo na pobreza e no atraso em que nos encontramos. Daí a construir-se centrais geotérmicas e moinhos de vento foi um passo. Na Graciosa mais de 60% da energia já é verde, mas o preço da luz está no vermelho, ou seja, num inferno. Em Janeiro de 2023 houve aumentos de mais de 50% para a empresas, quando a EDA em 2022 já estava a ter lucro – em 2023 vai ser de retroescavadora. Em cima disto tudo ainda se gera um “défice tarifário “, ou seja, os contribuintes estão a dever dinheiro à EDA. Tudo culpa duma entidade reguladora chamada “ERSE “que é mais um daqueles institutos da treta que “controla “ o preço da electricidade e que para os Açores só serve para nos afundar a todos. Na factura da luz ainda pagamos serviços e impostos para os quais não devíamos ser obrigados a pagar num verdadeiro país onde impera o estado de direito democrático.
A energia caminha para verde, mas o preço da energia segue para o vermelho escuro, um dos mais altos do país; qualquer serviço prestado pela EDA custa os olhos da cara, não pagam um tostão a ninguém pelas sucessivas descargas que queimam por aí os electrodomésticos a torto e a direito, o preço de qualquer baixada para uma nova obra é um atentado à inteligência do comum dos mortais e ainda temos de levar com a arrogância própria dos monopólios.
O preço actual da energia nos Açores após todos os apoios públicos que a EDA beneficiou (e ainda beneficia) que lhe permitiu aumentar a energia verde é um autêntico roubo e uma vergonha.
Haja coragem para acabar com este monopólio parasita que nos empobrece todos os dias, dando condições ao aparecimento de concorrentes credíveis para nos libertarmos deste sufoco e deste parasitismo.
VERGONHA!
Francisco Lima
Vice-presidente do CHEGA Açores