POLÍCIAS NOS AÇORES SENTEM-SE ABANDONADOS PELA REPÚBLICA

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A falta de efectivos da Polícia de Segurança Pública (PSP), a deslocação de operacionais que deixam o serviço de rua para fazer serviço administrativo, bem como a falta de viaturas ou a sua deficiente manutenção, foram alguns dos problemas denunciados ao CHEGA pelo Sindicato Independente dos Agentes de Polícia que hoje reuniu com o deputado José Pacheco.

O Secretário Regional dos Açores do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia, Bruno Domingues, deixou também algum receio face à entrada em vigor – a 1 de Outubro – da nova lei da despenalização das drogas que irá retirar ainda mais poder às forças de segurança perante os traficantes.

Estes são assuntos que o CHEGA já tem vindo a denunciar de forma recorrente, lembrando o deputado José Pacheco que os 20 efectivos da PSP anunciados para vir reforçar as esquadras da Região “são manifestamente pouco para a falta de efectivos que temos”. O parlamentar reforçou que a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras – SEF, obriga a PSP a prestar mais este serviço, “o que não está correcto”. Isso mesmo foi transmitido pelo CHEGA ao Ministro da Administração Interna quando esteve recentemente na Assembleia Legislativa Regional, tendo sido abordada também a falta de meios que se sente um pouco por todas as esquadras da Região.

A falta de viaturas, ou a falha na manutenção de muitas das viaturas ao serviço da PSP, é gritante apesar de estar afecta uma verba do Fundo Regional de Transportes para renovar a frota desta força de segurança, algo que não tem acontecido com tanta frequência como noutros tempos. Neste sentido, o CHEGA vai entregar um requerimento à Assembleia Legislativa Regional questionando o facto desta verba não estar a ser usada para a renovação de viaturas.

“Temos esquadras com péssimos meios, sem qualidade, muitas que têm de fechar para os agentes irem tomar conta de uma ocorrência, temos pessoas desmotivadas, temos a própria lei que começa a estar ao lado dos bandidos, questionamo-nos quem quer ser polícia nestas condições”, referiu o deputado.

O CHEGA já desafiou a Administração Interna a fazer um estudo sobre a real necessidade de efectivos da PSP nos Açores, “mas o estudo nunca foi feito. O Governo da República continuamente abandona os Açores, até abandona os seus, porque as forças de segurança dependem do Governo da República”, disse.

José Pacheco acredita que se existe actualmente segurança na Região “deve-se a estes homens e estas mulheres que fazem muito além daquilo que devem fazer. Mas esta não é a forma correcta”, alertou enquanto acrescentou que numa terra que está a apostar no turismo, não pode descurar a segurança.

A falta de atractividade da profissão é outra preocupação do CHEGA, que denuncia também a falta de aplicação do subsídio de insularidade à PSP, quando este podia ser mais um motivo para que mais agentes queiram prestar serviço na Região.

Ponta Delgada, 19 de Setembro de 2023
CHEGA I Comunicação