MORTE A MARX

392

Durante a minha juventude eu e muitos jovens iguais a mim, fomos inundados com ideais marxistas e políticas de esquerda, que seriam o futuro e que a direita estava “démodé”, eram ideias do passado, que já nem eram do tempo dos nossos pais, mas dos nossos avós e bisavós. Assim sendo, e com a influência dos pares, pais e familiares, filiei-me na Juventude Socialista e, consequentemente, Partido Socialista. Achava que era essa a resposta a “todos os males deste mundo”. Mas à medida que cresço, já a trabalhar há alguns anos, deixei de acreditar no senhor da barba branca, e não, não me refiro ao Pai Natal, é mesmo a Karl Marx e as suas ideias de igualdade para todos e na utopia que estamos todos no mesmo barco a trabalhar para o bem geral. O que eu vi foi que com as ideias socialistas estávamos, e continuamos, a afundar, qual Venezuela, Cuba ou até Coreia do Norte, em que há os dois lados, ou a pobreza extrema ou a riqueza extrema, não há classe média. Mas o grave é que a riqueza extrema nesses países é só mesmo dos governantes, todo o resto do povo está na pobreza extrema.

Não foi para isto que me inscrevi! Não foi com o objectivo Venezuela ou algo parecido que queria enveredar pela política e, por isso mesmo, fui deixando de participar activamente no Partido Socialista. Foi um abre olhos quando vi que quem não quer trabalhar consegue ter melhores condições de vida do que quem trabalha.

Assim que atingi a idade adulta que trabalhei e estudei, tudo na promessa dos meus pais de uma vida melhor. Mas a verdade é que para viver confortavelmente bem, tenho de trabalhar muito e quem, à luz da lei, está em casa sem fazer nada tem o mesmo ou melhor. Agora pergunto, como vou pedir às minhas filhas para prosseguir os estudos? Como vamos todos nós, pais, explicar aos nossos filhos que é bom ter um curso superior? Eles não são cegos e muito menos burros. Os nossos filhos olham para os seus colegas, os tais cujos pais estão em casa e que são pobres, e não vêem qualquer pobreza. Esses mesmos colegas que só estão na escola por obrigação, não querem saber de nada de estudos e só perturbam na sala, mas têm os melhores telemóveis, sapatilhas de marca, roupas de marca, etc. E os nossos filhos perguntam-se, vale a pena estudar? Afinal quem é o pobre?

A pior política implementada na região foi a do Rendimento Social de Inserção, sem a devida fiscalização. Todas as pessoas que estão dentro do meio sabem muito bem que os beneficiários deste mesmo Rendimento, trabalham ilegalmente. Bem que os empresários da região tentam recrutar trabalhadores legalmente e não conseguem. Mas esses mesmos pobres, que são beneficiários do Rendimento levam para casa o dobro ou o triplo de quem está a trabalhar legalmente e faz as suas contribuições ao estado. Contribuições essas que são usadas para pagar esses mesmos subsídios, os “Rendimentos”, como o povo chama. Mas este fenómeno tem um nome, e chama-se de parasitismo e na nossa Região, é lei e todos temos de cumprir.

Dar dinheiro a quem não quer fazer nada, ou melhor, não quer contribuir para o país, é roubar a quem trabalha. E despeço-me perguntando de novo, afinal quem é o pobre?

Miguel Arruda
Dirigente do CHEGA Açores