A frase não é minha, foi dita por um dirigente do CHEGA Açores, mas deu que pensar. De facto, por vezes, criam-se amizades e/ou laços que, na vida quotidiana, seriam pouco prováveis acontecer.
Assim aconteceu e está a acontecer no CHEGA, este partido, ainda em fase de crescimento, mas que cresce rápido a cada dia que passa.
Mas voltemos às amizades improváveis e que hoje já estão a criar raiz. Não fosse o CHEGA um partido que dá voz ao povo, que ouve os seus anseios, as suas dificuldades e os seus desabafos, que procura soluções e apresenta propostas, e estas amizades seriam mesmo improváveis.
Encontramos um ponto em comum: um partido que nos uniu para a defesa dos Açores e dos Açorianos.
Foi com este mote e com esta missão que também me juntei a este rol de amigos improváveis: fazer mais, fazer melhor e dar um contributo para acabar com um estado de coisas inflamadas pelo sistema. Um sistema que já dura há anos a mais. Um sistema que premeia quem não quer trabalhar e que prefere viver dos subsídios, sem sequer tentar que a sua vida seja de outra forma.
Procurar emprego? Para quê? Não vale a pena, dizem, o Governo dá e, mais grave, o entendimento de muitos é que o Governo tem a obrigação de dar. Lamentável!
Um sistema que deixou a educação com escolas sem manutenção, com alunos desmotivados, com professores com uma carga burocrática tal, que ficaram sem tempo para o mais importante leccionar, com funcionários que passaram anos em programas ocupacionais e que hoje se deparam e percebem que aqueles anos em programas ocupacionais de nada serviram, pois não são contabilizados para efeitos de reforma!
Um sistema que trata os seus idosos como pedintes, com pensões de reforma miseráveis que mal chegam para aviar a totalidade dos medicamentos, mas que esbanja milhões e milhões de euros numa companhia aérea que só deu prejuízo aos açorianos.
Um sistema que abandonou, por completo, os jovens. Onde estão os programas e medidas que incentivem os jovens ao Emprego? Ao Voluntariado? À Cultura? Aos hábitos de vida saudáveis?
Pois é, não estão!
A restauração e a hotelaria, bem como as actividades do sector primário gritam por mão-de-obra, as associações culturais e recreativas bem como as instituições sociais padecem de jovens que queiram ser voluntários, as filarmónicas estão a fechar por falta de interesse dos mais novos em ingressarem nestas agremiações culturais.
Um sistema que deixa os mais pobres e desfavorecidos a morrerem à espera de uma consulta com um médico de família, que desesperam por um exame ou por uma cirurgia no público, enquanto os que têm mais alguns recursos financeiros, recorrem aos privados se querem ver a sua saúde melhorada. Não é justo! Uns pagam duas vezes pela sua saúde, outros, coitados, contam com a boa vontade de um Sistema Regional de Saúde que está entupido.
Todo este manancial de situações, só para referir algumas, porque muitas outras existem, levam a um degradar da sociedade que se está a tornar desinteressada, cada vez mais egoísta, doente, fraca ao nível cultural, deixando cair no esquecimento valores tão importantes como a família, a empatia, a solidariedade ou o respeito por si próprio e pelo outro.
Assim, não vamos a lado nenhum.
Voltando ao início do texto, foi por isso, e muito mais, que me juntei às amizades improváveis, acreditando ser cada vez mais provável, que novas amizades vão surgir e todas com o mesmo objectivo: Mudarmos uma sociedade que carece de quem olhe para ela com vontade de a tornar numa sociedade mais feliz e menos combalida.
Olivéria Santos
Secretária-geral do CHEGA Açores