O deputado José Pacheco esteve hoje reunido com o Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, com vários assuntos em cima da mesa de discussão. O principal prende-se com o facto de os agricultores Açorianos não estarem incluídos nas medidas do Pacto para a Estabilização de Preços dos Bens Alimentares, apresentado pelo Governo da República, para fazer face ao aumento dos custos de produção na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Uma medida que o CHEGA entende “não fazer qualquer sentido”, até pelos sobrecustos da insularidade a que os agricultores Açorianos estão sujeitos, colocando-se ao lado da Associação Agrícola de São Miguel (AASM) que denuncia uma discriminação do Governo da República aos agricultores regionais no acesso a estes apoios. Jorge Rita defende que estas verbas deveriam ser reforçadas para abranger os agricultores dos Açores, para que não se retire os apoios aos produtores nacionais.
O deputado José Pacheco garantiu uma articulação directa com o Grupo Parlamentar do CHEGA na Assembleia da República para que o Ministério da Agricultura possa rever as medidas do Pacto para a Estabilização de Preços dos Bens Alimentares, incluindo os agricultores dos Açores e da Madeira, que ficaram de fora destes apoios nacionais.
Outro dos assuntos em debate foi o preço do leite pago à produção que, no espaço de dois meses, baixou uma média de 0,06€ (seis cêntimos) por litro. Um valor que acaba por não se reflectir no consumidor final.
“Hoje assinala-se o Dia Mundial do Leite e curiosamente foi o dia que as indústrias baixaram, novamente, o preço do leite à produção. Indústrias que têm milhões de lucro anualmente e que não pagam convenientemente a matéria-prima de excelente qualidade que temos aqui na Região. Se fizermos as contas, são produzidos cerca de 600 milhões de litros de leite por mês na Região, se for pago a menos 6 cêntimos, são cerca de 3 milhões de euros que a lavoura perde por mês”, referiu José Pacheco.
O CHEGA sempre defendeu que “o nosso leite deve ser convenientemente pago aos nossos lavradores, àqueles homens que se levantam de madrugada para ir tirar o leite às vacas, faça chuva ou faça sol. Mas aqui também deve funcionar a lei da oferta e da procura, e a solução pode ter de passar por baixar a produção e reduzir a oferta”, afirmou o parlamentar que entende que “não podemos continuar a vender barato os nossos produtos de excelência”.
Numa altura de dificuldades em praticamente todos os sectores de actividade da Região, o preço do gasóleo agrícola também foi um dos assuntos abordados na reunião, defendendo a Associação Agrícola de São Miguel que as entidades que prestam serviços de sanidade animal nas explorações deveriam poder usufruir de redução de preços. Uma situação que já abrange a lavoura, que usufrui gasóleo agrícola a um preço mais baixo, mas que deixa de fora os veículos das associações de agricultores que prestam serviços nas explorações e sem fins comerciais.
“O CHEGA entende que o preço do gasóleo deve baixar para todos os sectores de actividade e não ser apenas mais baixo para a agricultura e pescas. Todos os empresários se debatem com este problema e o CHEGA vai reunir esforços para que se consiga baixar o preço do gasóleo para outros sectores de actividade”, referiu José Pacheco.
Ponta Delgada, 1 de Junho de 2023
CHEGA I Comunicação