O CHEGA analisou os recentes resultados da auditoria do Tribunal de Contas à gestão do Grupo SATA, entre 2013 e 2019, e exige que sejam apuradas consequências do prejuízo de 465 milhões de euros através de uma comissão parlamentar de inquérito.
Sendo uma representação parlamentar o CHEGA não pode propor este instrumento legislativo, mas José Pacheco desafiou todos os partidos para darem esse passo, no sentido de se apurarem responsabilidades e daí saírem responsabilidades políticas, e até criminais, se esse for o caso.
Em conferência de imprensa, José Pacheco referiu que “os Açorianos acostumaram-se a que sejam desperdiçados os recursos financeiros da Região de forma irresponsável e sem consequência. A não ser consequências políticas que vêem nas urnas, quando vêem. Isso não é aceitável. O CHEGA tem vindo a observar estas situações com desconforto e não compreendemos que quem gere algo mal, não seja responsabilizado por isso”.
Além do prejuízo de 465 milhões de euros, no período em apreço pelo Tribunal de Contas, “mas que poderá ser ainda mais”, José Pacheco também quer averiguar as interferências políticas na SATA. E deu o exemplo do avião da SATA Internacional “que foi à China buscar máscaras que custaram mais de três milhões durante a pandemia e que estão no lixo. Mas quanto custou o avião? Desmontar o avião e transformar em cargueiro para ir à China. O governo pagou à SATA?”, questionou.
O parlamentar lembrou que o Governo Regional socialista da altura, “optou por rotas deficitárias durante anos. Qual o argumento? Em vez de se ter apostado na promoção turística, andámos a pagar rotas sem qualquer contrapartida”, indignou-se, enquanto acrescentou que “não há governo que seja dono da SATA. Os Açorianos é que são donos da SATA. Por isso há uma administração, senão qualquer um de nós estava na SATA a ganhar mais de 13 mil euros por mês”.
Perante as evidências demonstradas pelo Tribunal de Contas, José Pacheco acusou o Partido Socialista de “ser responsável por esta bandalheira. O Partido Socialista afundou a SATA e continua a dizer que são os melhores do mundo, mas foram os maiores criminosos dos dinheiros públicos da Região, quando andamos de mão estendida para a Europa, para o PRR, e temos prejuízos enterrados numa companhia aérea que é para servir os boys do Partido Socialista”.
Neste sentido, o parlamentar anunciou que o CHEGA vai passar a estar em estreita cooperação com o Gabinete Anti-corrupção “e este assunto vai até ao fim, doa a quem doer, caia quem cair”, pois “os Açorianos vão perder 465 milhões de euros e o sentimento de impunidade não pode continuar a acontecer na nossa Região. Não compreendo como os Açorianos podem aceitar que se esbanje 465 milhões de euros – que podia pagar muitas escolas, estradas, habitações – e estejamos apenas a lamentar. Isto não é forma de fazer as coisas”.
Com uma comissão parlamentar de inquérito, o CHEGA quer travar “a pouca-vergonha que se vai fazendo da gestão do dinheiro público”, deixando ainda um recado para as autarquias e empresas públicas onde se registam perseguições a dirigentes e simpatizantes do CHEGA. “Se acham que perseguindo dirigentes e simpatizantes do CHEGA, em autarquias e empresas públicas, nos vão calar estão redondamente enganados”, rematou.
Ponta Delgada, 28 de Abril de 2023
CHEGA I Comunicação