1 – ESTAMOS A DIAS DA DISCUSSÃO, SEGUINDO-SE A VOTAÇÃO, DA PROPOSTA DE PLANO E ORÇAMENTO DO GOVERNO REGIONAL PARA 2023. QUAIS SÃO OS PONTOS FRACOS E FORTES QUE JÁ IDENTIFICOU?
Elegemos como ponto forte o foco que este orçamento tem nas questões sociais. Este é também o do CHEGA uma vez que saímos de uma crise sanitária, entramos numa guerra, aumentam as taxas de juro e até os combustíveis. Tudo isto resulta num disparar da inflação, um aumento dos preços dos bens essenciais e, consequentemente, numa enorme perca do poder de compra, por parte de todos os açorianos, independentemente do estrato social.
Neste sentido, apresentamos várias propostas, destacando-se o aumento do complemento regional de pensão, para aqueles que mais estão expostos aos malefícios de uma crise, ou seja, os mais idosos. Mas também não esquecemos a saúde, com a criação do Cheque Saúde, assim como um maior apoio à Habitação, quer seja na construção, arrendamento ou sua manutenção.
Incluímos também neste orçamento várias medidas que vão começar a resolver situações que fomos herdando do passado quanto a obras públicas inacabadas ou não realizadas.
Temos de estar unidos em proteger as famílias e as empresas, especialmente as mais pequenas e mais frágeis. É este o nosso dever, sem perdermos a nossa identidade e capacidade fiscalizadora a que nos obrigamos.
2 – O ENDIVIDAMENTO ZERO TEM SIDO APRESENTADO POR UNS COMO UMA “GLÓRIA” E POR OUTROS COMO UMA ESPÉCIE DE “DESGRAÇA”. QUAL A SUA VISÃO?
A visão do CHEGA é que é algo positivo. Não podemos continuar a endividar esta região deixando aos nossos filhos e netos esta negra herança.
Como qualquer açoriano ou qualquer família, os governantes devem saber gerir o que têm, pouco ou muito, especialmente na altura complicada que estamos e que tenderá a agravar, julgamos nós.
No dia em que houver uma folga económica podemos fazer uma nova avaliação. Neste momento, concordamos.
3 – A ATUAL GOVERNAÇÃO TEM TRÊS PARTIDOS (PSD, CDS-PP E PPM) COMPROMETIDOS COM O EXECUTIVO E OUTROS DOIS (CHEGA E IL) ASSOCIADOS ATRAVÉS DO APOIO PARLAMENTAR, HAVENDO AGORA TAMBÉM UM INDEPENDENTE EX-CHEGA. TODOS QUERERÃO TER PALAVRA A DIZER E DEIXAR MARCA NO PLANO E ORÇAMENTO. PELO QUE JÁ SE PERCEBEU, ISSO É BOM, MAU OU APENAS ASSIM-ASSIM?
Isto só é bom se for feito com responsabilidade e para bem da estabilidade da região e das pessoas. Se entrarmos num caminho de chantagens e birras, é suposto ser muito mau.
Da nossa parte fizemos o que nos competia que foi negociar e propor medidas coerentes e vantajosas para todos. Da parte do governo houve uma aceitação na quase totalidade das propostas.
Se outros não o souberam fazer a nós não cabe avaliar. Se agora acham que deviam ter feito mais, só e apenas porque nós soubemos trilhar este caminho de longos meses, então estaremos muito mal e deviam estas pessoas fazer uma reflexão séria sobre o papel e responsabilidade que têm no panorama político regional.
4 – EM QUE PILARES SUSTENTA O SEU PARTIDO A DECISÃO QUE IRÁ TOMAR FACE À PROPOSTA? E A DECISÃO JÁ ESTÁ TOMADA (JÁ AGORA…)?
Da nossa parte, este é o que resultou das negociações, conforme já foi dito, mesmo sabendo que nunca há um orçamento ideal, onde caibam todas as necessidades ou que agrade a todos. Julgo que temos um documento de forte estabilidade financeira, mas também política. Sendo assim, a nossa decisão será no sentido da aprovação.
Temos encarado cada orçamento como um momento único de análise e reflexão, mas tendo em conta o seu enquadramento político e social da atualidade. Neste momento, os Açores necessitam de estabilidade e de muita unidade para enfrentar os desafios que se avizinham. Da parte do CHEGA, neste momento, estamos prontos para dar um contributo pela positiva.
Há que devolver a esperança às famílias e às empresas. Neste momento é o mais importante.
In Diário Insular de 8 de Novembro de 2022