Nomeação de Ventura para prémio contra a corrupção é sinónimo de saúde para a República

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Com todo o sofrimento e incompreensão que isso tantas vezes implica, ao longo de toda a minha vida mas sobretudo da minha vida política, tenho sempre defendido que quando se é determinado, capaz, trabalhador e verdadeiro, no momento certo quem tiver que reconhecer essa postura, reconhece-a.

De resto, é também essa a mensagem que tantas vezes passo, inclusivamente às pessoas do meu partido. Uma coisa é querer ser conhecido, outra bem distinta é querer ser-se reconhecido. A primeira é quanto a mim errada e a segunda, mais trabalhosa e por vezes demorada, a certa.

Na política como em tudo na vida não é necessário querermos colocar-nos em bicos dos pés, não é preciso ceder à vil tentação da vaidade, de querer aparecer, de querer ser famoso e, sobretudo, querer sempre subir nem que para isso tenhamos que passar por cima de quem quer que seja. Quem não sabe o seu lugar demonstra que nunca pode vir a ter lugar algum. Quando se é merecedor de reconhecimento, ele aparece.

Por vezes algumas pessoas próximas de mim dizem-me que sou chato. Outras, que sou demasiado puritano e que deveria mudar de mentalidade porque com esta já ninguém se preocupa. Eu preocupo-me e uma vez mais, como modéstia à parte tantas vezes acontece, é o tempo que me dá razão.

Tudo isto para dizer que esta semana foi para mim uma semana feliz. Assim a senti quando soube que André Ventura havia sido nomeado para a final do denominado Prémio Tágides 2021, prémio que distingue figuras que “inspiram no combate à corrupção”.

Este prémio promovido pela associação All4integrity e com o mais alto patrocínio do Presidente da República procura “identificar, reconhecer, celebrar e premiar o trabalho de uma pessoa ou pessoas individuais que se destaquem na promoção de uma cultura de integridade e prevenção e luta contra a corrupção em Portugal, nas várias áreas da sociedade”.

Ou seja, com esta nomeação, a sociedade civil reconheceu a André Ventura todo o esforço e trabalho que ao longo de dois anos vem nesta matéria desenvolvendo na Assembleia da República, mesmo que tantos e tantos patetas, os de sempre, insistam em desvalorizar esse mesmo trabalho.

Ver um movimento como este, originário na sociedade civil e para a sociedade civil, que procura “reduzir ou mesmo eliminar qualquer vestígio de corrupção em Portugal” e que pretende trazer esta temática para o “centro do debate político e mediático, premiando figuras exemplares da nossa sociedade que se destacaram no combate à corrupção”, nomear André Ventura como um dos possíveis ganhadores desta distinção, é um sinónimo de saúde para a República Portuguesa.

Resta agora saber qual será o veredicto de 35 jurados que vão decidir o vencedor entre os 80 finalistas que conjuntamente com André Ventura foram nomeados para a final. Num júri que integra figuras como Miguel Poiares Maduro, Ana Gomes, André Silva ou Catarina Furtado, todos eles, uns mais, outros menos, críticos de André Ventura, talvez a vitória não seja fácil.

Mas a vitória do reconhecimento da sociedade civil já ninguém lha tira e essa é sem dúvida alguma, a mais importante.

Rodrigo Alves Taxa
Assessor jurídico do Gabinete Parlamentar do Partido Político CHEGA.