O Secretário de Estado para Negócios, Energia e Estratégia Industrial britânico, Kwasi Kwarteng, criticou há dias os empresários que recorrem à mão de obra barata dos emigrantes para aumentar os seus lucros.
Kwarteng, nascido em Londres, filho de um casal oriundo do Gana, falou claramente sobre a votação do Brexit em 2016 e a motivação a ela inerente relativa à imigração descontrolada que existiu durante vários anos, quase duas décadas, no Reino Unido. O Brexit representou uma rejeição ao antigo modelo económico de “baixos salários e alta imigração”, implementado pelo partido trabalhista.
Entre 1991 e 2001 houve um aumento incrível da população em Inglaterra, devido à imigração, quase 5 milhões de pessoas, mais de 8% por cento da população na época, nasceram no estrangeiro.2
Mas mais do que expor os problemas de uma imigração descontrola, no Reino Unido ou em Portugal, o que pretendo é mais uma vez, denunciar a hipocrisia dos governantes portugueses e dos partidos que os suportam, ao utilizarem razões humanitárias para escancararem as portas não apenas do nosso país, mas irresponsavelmente, de toda a Europa.
A utilização de palavras como racista ou xenófobo pela esquerda que se enraizou na maioria dos órgãos de comunicação social, para descrever qualquer um que de forma séria e integra tenha a coragem de, nos dias de hoje, alertar para todos os males e verdadeiros perigos desta abertura leviana, inclusivamente para os próprios migrantes, cai decididamente por terra, quando ouvimos Kwarteng (descendência ganesa) ou Priti Patel (descendência ugandesa-indiana).
Em Portugal temos um exemplo paradigmático de exploração, escravatura, tráfico humano promovido pelo Governo. Em 2017 António Costa visitou com pompa e circunstância Odemira, visitou empresas cuja produção é 98% para exportação. Em 2019 o problema era já bastante grave e conhecido, mas não interessava a ninguém divulgar. Fomos a Odemira falar com estas pessoas. Muitos vieram para Portugal com a viagem paga por conterrâneos já instalados no nosso país e isso coloca-os em dívida. Cá, terão que lhes pagar o alojamento, as deslocações diárias ao trabalho, as refeições, o que faz com que no final do mês fiquem com 150€ ou 200€, o que para eles é muito bom, o ordenado médio anual no Bangladesh, por exemplo, é 200€.
Para ajudar estas empresas que vivem da exploração de seres humanos, o Governo português abriu as fronteiras e recusou-se a disponibilizar meios para que sejam emitidos vistos de trabalho antes da entrada no país. Isto leva estas pessoas a entrarem encapotados de turistas, permitindo depois a legalização, através do ponto 6 do art. 88.º da Lei dos Estrangeiros, aditado em 2019. O próprio Governo de Geringonça, alterou inclusivamente a lei, através de Resolução do Conselho de Ministros também de 2019, para permitir que estas pessoas possam ser empilhadas em contentores.
Já várias pessoas que lideravam estes esquemas de exploração foram presos pelo SEF, tinham dezenas de carrinhas para transportar os trabalhadores, carros topo de gama e luxuosas residências, mas quem mais ganha com este esquema são mesmo os empresários, porque têm mão de obra barata, que não reclama pois não são sindicalizados e nem falam a nossa língua, muitos nem inglês. Também as empresas de resíduos utilizam cada vez mais estes trabalhadores, pelos mesmos motivos, vão para onde os mandam, quando os mandam e não reclamam.
Há outras instituições a ganhar milhões com estes esquemas, as Associações de apoio aos imigrantes, a maior percentagem do dinheiro que vem da Europa para estas associações não é utilizado para apoiar, é utilizado para pagar ordenados e é assim mais uma forma dos partidos de esquerda subsidiarem os seus boys.
A esquerda não fala de imigração por razões humanitárias, falam porque lucram e muito, com estes esquemas e com o mau trato a estes seres humanos.
E quem é prejudicado, além destes trabalhadores? Os portugueses e Portugal, por vários motivos, esta política de ordenados baixos vai baixar o valor da mão de obra no nosso país, assim, os portugueses não aceitam trabalhar e por vezes em trabalhos que até são fisicamente duros, por valores tão baixos. Na verdade, se ficarem em casa a receber subsídios, ganham quase o mesmo.
Estes trabalhadores que pagam os seus descontos, são quem no fundo vai suportar a segurança social e pagar os subsídios dos que preferem ficar em casa a ver televisão todo o dia, eles e todos nós que trabalhamos e deixamos metade do nosso ordenado em impostos, ou que quando abastecemos 10€ de combustível, só colocamos 4€, porque os outros 6€ são impostos.
A política de baixos salários e alta imigração não serve em Inglaterra e não serve em lado nenhum, prejudica os que vêm ser explorados, prejudica os que cá estão e querem realmente trabalhar e prejudica o futuro do nosso país, fazendo-nos caminhar a passos largos para a pobreza e miséria, como qualquer outro país onde o socialismo tenha sido implementado.
No Reino Unido já despertaram, ainda esta semana o primeiro ministro falou desta nova abordagem, em que as empresas terão que pagar ordenados mais altos a funcionários do Reino Unido, ao invés de contarem com a entrada de mais imigrantes mal pagos.
Os empregadores não vão gostar, terão que pagar ordenados mais altos, mas já chega de subsidiodependência, os portugueses têm que trabalhar e com ordenados justos. Só com uma elevada percentagem de empregados a economia cresce, o SNS e o Estado Social poderão funcionar de forma adequada para aqueles que realmente necessitam, para podermos ter creches para as crianças e lares para aqueles que durante dezenas de anos contribuíram para o país. Este é um modelo de sociedade justa, em que todos trabalham para um bem comum e simultaneamente para que os menos afortunados tenham hipóteses de também eles lutarem por uma vida digna.
Nuno Afonso
Dirigente do Chega
In Novo Semanário