O Grupo Parlamentar do CHEGA Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Regional, solicitando informações acerca da lista de espera de psiquiatria do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, que há uns meses foi eliminada.
No documento, os parlamentares lembram que com a eliminação daquela lista de espera, de dois anos de consultas, foram também eliminados mil doentes, pedindo explicações para saber se aqueles utentes referenciados tiveram, depois, consulta de psiquiatria e consequente acompanhamento. Além disso, questiona-se se os doentes ficaram sem ligação ao seu médico psiquiatra e se houve doentes – acompanhados pelo serviço de psiquiatria do HDES – que tiveram de pedir auxílio ao serviço de urgência, por não terem resposta do serviço de psiquiatria do Hospital de Ponta Delgada.
Os parlamentares recordam uma entrevista, em 2024, do Coordenador da Estrutura para a Saúde Mental da Região, Henrique Prata Ribeiro, onde o responsável dizia que a eliminação da lista de espera só foi possível “graças à criação de critérios de referenciação entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares, e à formação de médicos de família e internos de psiquiatria, psicólogos e enfermeiros para a área de saúde mental”. Neste sentido questionam se houve integração entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares, aquando da eliminação da lista de espera, querendo saber quantos doentes, após estabilizados, foram encaminhados para seguimento nas unidades de saúde locais.
No documento já enviado à Assembleia Legislativa Regional, os deputados questionam o número de médicos psiquiatras afectos ao Serviço Regional de Saúde e quanto tempo dedicam, por dia, a cada utente. Finalizando, os parlamentares questionam se existe actualmente lista de espera de psiquiatria na Região, pedindo números por ilha, por hospital e por unidade de saúde, bem como o número de consultas.
Os deputados questionam também mais pormenores sobre a ligação do Coordenador da Estrutura para a Saúde Mental da Região, Henrique Prata Ribeiro, aos Açores, quanto tempo passa nas ilhas para conhecer a realidade do arquipélago e quantas pessoas integram a referida Estrutura.
O líder parlamentar do CHEGA Açores, José Pacheco, entende que “este é um assunto de extrema importância. Precisamos de saber o que aconteceu aos mil Açorianos que estavam em lista de espera para o serviço de psiquiatria – ainda por cima, quando todos sabemos que as estatísticas colocam sempre os Açores com altas taxas de depressão e de suicídio, muitas vezes superiores à média nacional”.
Para o parlamentar, é preciso dar resposta a estes doentes e é preciso verificar que não foram esquecidos, porque “fazer desaparecer, quase miraculosamente, uma lista de espera de mil pessoas é estranho”. Neste sentido, também questiona “quantas pessoas integram esta Estrutura para a Saúde Mental da Região e queremos saber se o Coordenador conhece bem a realidade das nove ilhas dos Açores”, concluiu.
Ponta Delgada, 16 de Dezembro de 2024
CHEGA I Comunicação