AGRICULTURA NOS AÇORES NÃO PODE SER TRATADA COMO PARENTE MENOR NA REPÚBLICA

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A agricultura nos Açores é diferenciada e tem dificuldades próprias, mas os produtos de excelência produzidos na Região não podem aparecer nas prateleiras dos supermercados com preço mais baixo do que um produto de qualidade inferior.

As declarações são do deputado do CHEGA Açores, José Pacheco, no Mercado de Santana, onde ouviu os agricultores e comerciantes daquele espaço e as suas principais dificuldades: falta de mão-de-obra, pouca atractividade para as gerações mais jovens, mas também a falta de uma política de transportes marítimos e aéreos que permita pensar na exportação, assim como a falta de mais locais onde uma família possa comercializar os seus excedentes “sem taxas e taxinhas” e que seja um complemento à economia familiar.

Para o líder parlamentar do CHEGA, a agricultura “tem de ser um sector atractivo e modernizado para que se consigam fixar jovens na agricultura. Esse investimento não tem sido feito na República e não tem sido feito no Orçamento de Estado para 2025, que hoje se discute. Continuamos a atirar dinheiro para cima dos problemas, mas não estamos a potenciar a agricultura dos Açores”. Um sector que retribui ao país “produtos de excelente qualidade”, mas que não é devidamente reconhecido na República. “Ainda nos estão a dever 19 milhões de euros de um apoio [para fazer face aos constrangimentos causados pela Guerra na Ucrânia] que nunca chegou aos agricultores dos Açores. Não temos expectativa que vá melhorar”, com o Orçamento de Estado para o próximo ano.

“É um orçamento de continuidade, socialista, e que atira dinheiro para cima dos problemas. Não precisamos de atirar dinheiro, precisamos de usar o dinheiro para resolver os problemas de futuro. Não podemos continuar a pensar a Região ou o país de orçamento em orçamento, mas sim pensar a longo prazo e pensar daqui a 50 anos onde queremos estar e onde queremos que os nossos jovens estejam”, referiu José Pacheco que acrescentou que os Açores “estão completamente esquecidos neste Orçamento de Estado”.

Prova disso é a falha no que diz respeito ao cabo submarino ou mesmo ao subsídio de mobilidade, “que tem sido uma bandeira do CHEGA que quer desburocratizar e manter apenas o preço que é devido por passagem. Mas colocaram um texto máximo, Luís Montenegro veio acenar aos Açores passagens mais baratas, mas o problema persiste e as pessoas não têm capacidade para pagar passagens acima dos 600 euros”.

Também ao nível da fiscalização do mar dos Açores, “precisávamos de uma fiscalização efectiva. Houve a polémica dos barcos chineses, que continuam aí, a pescar no nosso mar e a apanhar o peixe que não podemos apanhar por imposição das quotas. Não há fiscalização e os Açores são tratados como um filho menor da República”, denunciou.

Santana, 31 de Outubro de 2024
CHEGA I Comunicação