“Estamos aqui para trabalhar, e não para atrapalhar, mas não abdicamos da nossa ideologia, nem do nosso papel fiscalizador”, garantiu o líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco, no discurso de encerramento da discussão do Plano e Orçamento para 2024.
Mas, antes de trabalhar, é preciso diálogo, e o CHEGA – depois do chumbo do último orçamento – mostrou estar disponível “para conversar e chegar a acordo em questões fundamentais para o povo Açoriano”. Pois só com o diálogo é possível chegar à estabilidade política e governativa, “uma estabilidade, que sempre dissemos, que não poderia ser a qualquer custo, mas através do respeito. Algo que no passado não aconteceu”.
Como os Açores “precisam é de ideias para o futuro”, José Pacheco alertou que “para governar bem, não basta fazer diferente de quem fez mal, é preciso fazer melhor”. Por isso mesmo, o CHEGA garante que vai continuar “vigilante relativamente ao despesismo, ao compadrio e ao caciquismo”, pois entende que a Administração Pública Regional “não pode continuar a engordar e a ser a agência de emprego dos partidos de qualquer Governo”.
Como o CHEGA sempre se assumiu parte da solução e nunca parte do problema, “queremos participar e contribuir para um futuro melhor nesta terra, essencialmente nas questões mais urgentes”.
Uma dessas questões prende-se com o “momento difícil”, depois do incêndio que deflagrou no Hospital do Divino Espírito Santo, que destruiu uma das mais importantes estruturas de cuidados de saúde da Região. “O CHEGA não poderia estar de costas voltadas para esta realidade. Aqui estamos a dizer que somos todos Açorianos, em prol da nossa gente e da nossa terra. As camisas partidárias devem ficar do lado de fora destas paredes. Os Açorianos não iriam compreender que, neste momento tão difícil, estivéssemos aqui a discutir a pequena política”, declarou José Pacheco.
Contudo, apesar de garantir o apoio ao reforço de verbas para voltar a reerguer o Hospital do Divino Espírito Santo, José Pacheco ressalvou a necessidade de se olhar também para os centros de saúde e hospitais da Região que também precisam de investimento. “Não conseguimos impedir os sismos e outras catástrofes, mas podemos, e devemos, ser proactivos na manutenção dos nossos edifícios públicos, nomeadamente daqueles mais críticos para os Açorianos, como é o caso dos hospitais”, declarou.
José Pacheco declarou que o CHEGA fica satisfeito com o aumento de 20% do complemento regional de pensão, o chamado cheque pequenino, nos patamares mais baixos. “Não somos vaidosos, mas orgulhosos das nossas conquistas, em prol de quem mais precisa”, disse.
Mas, o líder parlamentar do CHEGA, lembrou que o apelo constante para que os Açorianos tenham uma casa que possam pagar, “só agora começa a ser uma realidade”, mas já é um começo.
“Quer gostem, quer não gostem, o CHEGA será sempre uma voz incómoda e uma voz fiscalizadora da acção governativa” e, por isso, nunca se calará perante questões como os abusos no RSI e a falta de fiscalização, nem mesmo perante as actuais condições dos dois maiores sectores económicos da Região: pesca e agricultura. “É preciso encontrar estratégias para valorizar mais os produtos da pesca e da agricultura, e dar mais e melhores condições de trabalho a agricultores e pescadores que, há muito, andam a gritar por socorro”, reforçou José Pacheco.
Concluindo, o parlamentar declarou que o Plano e Orçamento para 2024 é “um recomeço, uma nova viragem de página em prol do nosso Povo”, reforçando que irá fazer cumprir os compromissos assumidos pelo Governo Regional com o CHEGA, “porque o que for bom para os governantes, tem de ser primeiro excelente para as pessoas”, concluiu.