CHEGA DENUNCIA TRANSTORNOS DE DOENTES E EMPRESÁRIOS DEVIDO A GREVE DA ATLÂNTICOLINE

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O CHEGA pediu hoje esclarecimentos acerca da greve da Atlânticoline, que já dura desde 7 de Março, e que tem causado grandes constrangimentos quer a utentes doentes, quer aos empresários das ilha do Grupo Central.

Num requerimento, enviado hoje à Assembleia Legislativa Regional, os deputados do CHEGA referem que esta greve tem cancelado várias ligações marítimas diárias, interrompendo a vivência dinâmica que existe entre as ilhas do Grupo Central do arquipélago. O que, na prática, significa que “muitos utentes idosos e doentes, ficam durante todo o dia – muitas vezes em cadeira de rodas – na gare marítima à espera de transporte para a sua ilha de residência”.

Além de doentes – que devido a necessidades médicas têm de usar as ligações marítimas para consultas ou exames – também o tecido empresarial, principalmente no sector do turismo, tem vindo a reclamar devido ao cancelamento de reservas por falta de ligações marítimas.

Devido a estes constrangimentos, o CHEGA pretende saber se estão, de alguma forma, assegurados os direitos dos utentes das ligações marítimas, não esquecendo o direito incontestável à greve.

No documento enviado à Assembleia Legislativa Regional, os deputados questionam se o Governo Regional tem conhecimento dos transtornos causados por esta greve, nomeadamente através de queixas formais.

Apesar de preocupados com os constrangimentos causados, principalmente aos utentes doentes e idosos, que carecem de maior preocupação, os deputados do CHEGA também pretendem uma resposta acerca dos motivos que levaram a esta greve. “As reivindicações dos trabalhadores ao realizarem esta greve sem fim à vista, são razoáveis e comportáveis pela empresa?”, pode ler-se no documento.

Pretendendo saber se os serviços mínimos estão a ser assegurados e devidamente cumpridos, o CHEGA questiona ainda se o Governo Regional tem “diligenciado junto da Atlânticoline forma de assegurar mais algum conforto aos utentes que necessitem de atendimento especial”.

Para o líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco, esta greve, apesar de legítima, porque os trabalhadores estão a lutar pelos seus direitos, tem deixado muitos Açorianos sem alternativas. “Têm-nos chegado muitas denúncias de quem precisa de usar o barco entre as ilhas do Triângulo, muitas destas pessoas já debilitadas devido a questões de saúde, mas ficam desamparadas na gare à espera do barco. Temos conhecimento de pessoas doentes e idosas, que têm de sair de casa de madrugada para poderem chegar à gare para apanhar o primeiro barco da manhã e, depois de terem uma consulta rápida ou fazerem um exame rápido, e têm de esperar até às 17 horas para regressar a casa, muitas vezes numa cadeira de rodas”, afirmou José Pacheco.

Tratando-se de uma empresa da esfera do Sector Público Empresarial, “a Atlânticoline é de todos os Açorianos. O Governo tem de diligenciar para responder às necessidades dos trabalhadores da empresa, mas não pode descurar as necessidades de quem usa aquele meio de transporte que é essencial para quem vive no Grupo Central”, reforça o líder parlamentar do CHEGA.