O CHEGA defendeu hoje que devem ser investidas mais verbas na modernização e melhoramento das lotas da Região, ao mesmo tempo que se devem adequar os horários das lotas para melhor servir os pescadores. “Temos de fazer esse investimento”, reforçou o líder parlamentar, José Pacheco, que alertou que “se calhar há “gorduras” na Lotaçor que precisamos de cortar. Vamos trabalhar para os pescadores. A Lotaçor existe para quê? É para servir os pescadores”.
José Pacheco falava a propósito de um projecto de resolução, apresentado pelo Partido Socialista, para recomendar ao Governo que se ajuste o horário das lotas, que se reveja a circular do atum rabilho e que se reforce os recursos humanos da Inspecção Regional das Pescas e de usos marítimos, referindo que este tem sido um pedido frequente feito pelos próprios pescadores e armadores.
“Custa-me viver em ilhas com este mar imenso e uma daquelas que devia ser uma das grandes actividades económicas dos Açores, está pobre. Os pescadores estão pobres e as famílias dos pescadores estão pobres”, referiu o parlamentar. Além disso, acrescentou que Portugal não tem sabido discutir as suas quotas de pescado, deixando para outros países apanharem o peixe que nos Açores se teima em proteger. “Esquecem-se que se não apanharmos aqui nos Açores, os espanhóis acabam por apanhar mais à frente”, reforçou.
José Pacheco aproveitou para deixar também um alerta ao Secretário Regional do Mar e das Pescas, Mário Rui Pinho, para que se possa facilitar o acesso ao crédito dos armadores para que possam fazer reparações nas suas embarcações, “porque muitos têm de hipotecar a sua casa para poder reparar as suas embarcações”.
O parlamentar questionou ainda o Governante acerca das conclusões do Grupo de Trabalho que há cerca de dois anos foi criado para estudar um regime de excepção para o porto da Caloura, que está inserido numa Zona Protegida impedindo os pescadores de sair para a faina. Conclusões que nunca foram conhecidas.
“O que falta é fazer da nossa pesca uma mais-valia e uma actividade rica, que traga mais-valias para os Açorianos. Que permita que qualquer jovem possa sair da embarcação com o seu ganha-pão e não apenas com verbas para pagar o combustível de um dia de faina”, alertou José Pacheco.
O deputado José Paulo Sousa também entrou no debate para chamar a atenção do deputado Social Democrata, Jaime Vieira, que disse que na pesca não havia pobreza. “Sendo o senhor de Rabo de Peixe, Presidente de Junta de uma freguesia que tem a maior frota pesqueira dos Açores, vir dizer que no sector da pesca não há pobreza, não faz sentido. O senhor não anda na sua freguesia nem fala com os pescadores da sua terra”, reforçou José Paulo Sousa.
Horta, 11 de Abril de 2024
CHEGA I Comunicação