CHEGA LAMENTA QUE VALORES DE ABRIL NÃO ESTEJAM A FUNCIONAR EM PLENO

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“A Liberdade de Abril” foi o tema da declaração política do CHEGA, apresentada hoje pela deputada Olivéria Santos na Assembleia legislativa Regional, lembrando que a chamada Revolução dos Cravos “trouxe liberdade de expressão, libertou Portugal das amarras de ditadores”, mas deixando o alerta que foi graças ao 25 de Novembro de 1975 que “Portugal não se tornou num país comunista. Espero que nesta casa se comemore, com o mesmo vigor, também o 25 de Novembro à semelhança do que acontece com o 25 de Abril”.
A poucos dias de se celebrar os 50 anos do 25 de Abril de 1974, a parlamentar questionou se o país estará efectivamente melhor. “Num país em que se assiste à condenação pública por se ser de um partido diferente, não estaremos a renegar os valores e a Democracia de Abril? Será que a democracia e a liberdade são só para alguns? Não temos todos o direito de nos expressar livremente e integrarmos o partido que quisermos? Quando se assiste em Portugal a tantos casos de corrupção, quando se assiste a um uso abusivo e irresponsável do dinheiro dos impostos dos portugueses, a uma justiça lenta e, em alguns casos, à não responsabilização de quem está a prejudicar o povo, não estaremos a regredir no tempo e a ferir esta Democracia que tanto custou a conquistar?”, questionou.

A parlamentar acrescentou ainda a necessidade dos decisores políticos “olharem mais de perto” para os verdadeiros problemas da sociedade Açoriana. Nomeadamente, “idosos com pensões miseráveis; jovens casais sem conseguirem ter acesso a uma habitação; sectores como a agricultura e as pescas que gritam por ajuda; empresários atolados em obrigações fiscais; professores, médicos, forças policiais e tantos outros trabalhadores que andam a lutar por melhores e mais dignas condições de trabalho”, disse.

Elogiando todos aqueles que lutaram pelo fim da ditadura, Olivéria Santos apelou a que se pense mais além, pois “não se pode continuar a calar um povo, dando sinais de uma suposta democracia, num país e numa Região que manda quem pode, e obedece quem deve”.
A parlamentar reforçou que a liberdade não se cumpre quando o Estado também não cumpre com as suas obrigações. “Não há liberdade quando os cidadãos não têm livre acesso à justiça, à saúde ou à educação, porque estas não funcionam. E não há liberdade quando forças políticas do nosso país, classificam os partidos em partidos aceitáveis e não aceitáveis, quando todos foram legitimamente constituídos e validados pelo sufrágio universal”, disse, alertando para aqueles que destratam o CHEGA.

No encerramento do debate, a deputada do CHEGA fez saber que apesar da liberdade conseguida com o 25 de Abril, “não se pode confundir liberdade com libertinagem, que acaba por condicionar a verdadeira liberdade e os valores de Abril”. No final, Olivéria Santos apelou a que o povo saia de novo à rua “para lutar pelos seus direitos”. E alertou que o poder de mais liberdade também está na casa da Autonomia e nos partidos que a integram.

Horta, 10 de Abril de 2024
CHEGA I Comunicação