EDUCAÇÃO E FALTA DE APOSTA NA CULTURA PREOCUPAM O CHEGA

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A educação é um pilar da sociedade Açoriana e o CHEGA vê com alguma preocupação que se venha a apostar cada vez mais nos manuais escolares digitais quando tanto se apregoa que se deve tentar travar a dependência tecnológica dos mais novos.

Numa interpelação à Secretária Regional da Educação, Cultura e Desporto, Sofia Ribeiro, a deputada Olivéria Santos mostrou-se preocupada “com esta intenção de avançar com os manuais escolares digitais do 5º ao 12º ano até 2026, porque estamos a promover ainda mais a dependência tecnológica. Não entendemos que seja benéfico”. Neste sentido, a deputada do CHEGA quis saber se a Secretaria da Educação já fez alguma avaliação do impacto dos manuais digitais em alunos, professores e pais e encarregados de educação.

Olivéria Santos lembrou que na Suécia, onde foram também implementados os manuais escolares digitais, houve um retrocesso e aquele país já não prioriza este tipo de manuais, questionando, por isso, o porquê de se continuar a insistir nesta medida nos Açores.

Relativamente ao relatório PISA, que avalia o desempenho dos estudantes de 31 países, Olivéria Santos destacou os “resultados desastrosos” para os Açores, que ficam no fim da tabela. Neste sentido, questionou Sofia Ribeiro sobre “o que está a falhar nos Açores para obtermos resultados tão desastrosos? O que o governo tem especificado para inverter esta tendência?”, questionou.

Ainda na educação, José Paulo Sousa quis saber que incentivos pretende o Governo implementar para fixação de docentes nas ilhas e unidades orgânicas mais carenciadas destes profissionais. Além disso, identificou um problema que se verifica na ilha das Flores onde “há 40 professores fantasma” que não se apresentam ao serviço, mas não deixam a vaga livre para que outros possam efectivar naquela ilha.

Sobre cultura, o líder parlamentar José Pacheco manifestou alguma tristeza pelo facto de não se dar a devida importância – e respeito – à cultura na Região, que actualmente está “dividida entre a cultura dos grandes e a cultura dos pequeninos”.

José Pacheco reforçou que “cultura é cultura e agentes culturais são todos: dos grupos de garagem à grande orquestra e aos conservatórios”. E disse não entender como “numa Região com uma cultura popular tão forte, se continue a oferecer aos Açorianos e a quem nos visita cultura anglo-saxónica, cultura americana”.

Por fim, o líder parlamentar do CHEGA ressalvou que “no dia em que vir a cultura entrosada com o turismo – e até podemos aproveitar e dar trabalho aos grupos folclóricos, às filarmónicas – é o dia que lhe vou dar os parabéns”, concluiu.

Horta, 13 de Março de 2024
CHEGA I Comunicação