QUAIS SÃO AS PRIORIDADES DO CHEGA PARA OS AÇORES?
Nos Açores, tal como como continente, o CHEGA tem sempre como prioridade o combate à corrupção e ao compadrio, o combate à injustiça que faz com que quem trabalhe e se esforce diariamente seja relegado para segundo plano por via do amiguismo e do cartão partidário.
Queremos uma economia pujante, capaz de criar emprego. Queremos mais habitação, mas para aqueles que trabalham e que contribuem para a economia regional, com apoios para a construção e reabilitação de moradias. Melhorar os nossos transportes marítimos e aéreos, mas também planear o que queremos para o turismo e garantir que a cultura se interligue com tudo isso. Agricultura e pescas, como pilares da nossa economia, precisam de ser potenciados, para que haja uma maior valorização do nosso pescado e dos nossos produtos lácteos.
QUE AVALIAÇÃO FAZ DO MANDATO DA COLIGAÇÃO PSD/CDS-PP/PPM?
A Coligação teve todas as condições para poder fazer um trabalho positivo e em algumas áreas foi conseguindo. No entanto, houve muita falta de leitura política do novo contexto pluripartidário que os obrigava a um diálogo e compromisso permanentes com os parceiros. Isto não aconteceu, apesar da nossa insistência constante.
QUE LEITURA FAZ DO CHUMBO DO ORÇAMENTO E CONSEQUENTE DECISÃO DE DISSOLUÇÃO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA?
A leitura que podemos fazer é que algo não resultou e tal como foi já dito, faltou muita visão de futuro, preparação, mas essencialmente diálogo e compromisso.
O CHEGA estava disponível para começar novas negociações, que levassem um novo orçamento a bom porto. No entanto, foram os próprios partidos da Coligação, depois das audiências com o Presidente da República, que pediram eleições antecipadas. Se os próprios partidos da Coligação pediram eleições antecipadas, o cenário só podia ser a dissolução da Assembleia.
SEGUNDO OS DADOS MAIS RECENTES DO INE, OS AÇORES TINHAM, EM 2022, A MAIS ELEVADA TAXA DE RISCO DE POBREZA DO PAÍS, SITUADA EM 26,1%. COMO SE COMBATE ESTE PROBLEMA?
Combate-se não subsidiando a pobreza, mas sim criando condições económicas e sociais para que as pessoas não caiam na pobreza. Se tal acontece é porque as políticas falharam, os políticos foram incompetentes e a sociedade aproveitou o facilitismo, que hoje pagamos com estas percentagens.
Temos de começar a promover nas escolas uma cultura de empreendedorismo e de ambição, em vez da cultura do assistencialismo e da subsidiodependência que começa a estar demasiado enraizada.
QUE SOLUÇÕES APRESENTA PARA MELHORAR O ACESSO DOS AÇORIANOS À SAÚDE E À EDUCAÇÃO?
Em qualquer área é sempre possível melhorar até porque, as dinâmicas da sociedade e da modernidade assim obrigam.
Na educação há acesso por parte de todos os cidadãos, o que falta é a responsabilização dos mesmos pelas opções que tomam. Isto quer dizer que se criou uma lógica de “doutores e engenheiros” que tem criado desequilíbrios sociais e laborais.
Na saúde, temos de apostar mais nos cuidados primários para evitar problemas futuros. Além disso, há que melhorar sinergias entre o sistema público, privado e social de saúde.
A REDUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA DA REGIÃO DEVE SER UMA PRIORIDADE? COMO DEVE SER FEITA?
A redução da dívida pública tem de ser sempre uma prioridade.
Uma boa ideia neste aspeto é começarmos a cortar nas gorduras do Estado, no desperdício e no compadrio que faz encher o sector público de pessoas, mas que não vemos melhorias nos serviços ou na sua qualidade.
O ACTUAL EXECUTIVO SUSPENDEU O PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DA AZORES AIRLINES. PARA O CHEGA DEVE A COMPANHIA SER OU NÃO PRIVATIZADA E EM QUE MOLDES?
Deve ser privatizada e nos moldes que estava a rumar. Não podemos continuar a acumular centenas de milhões de prejuízos numa companhia que retira a cada família açoriana verbas que podiam ser aplicadas na saúde, no apoio social, etc.
Sempre foi posição do CHEGA que, se a companhia aérea não é viável, então que seja privatizada ou encerrada. Não podemos continuar a pagar um luxo que não nos faz falta. Olhemos para a Madeira e percebamos porque não têm uma companhia aérea.
QUE CENÁRIOS CONSIDERA QUE PODEM SAIR DESTAS ELEIÇÕES? ADMITE ASSINAR UM ACORDO DE INCIDÊNCIA PARLAMENTAR?
Esta não é o momento de admitir nada, mas sim de ir a votos e deixar que seja o Povo a decidir que conjuntura teremos a 4 de Fevereiro. Neste dia faremos a análise necessária e tomaremos as decisões que tivermos de tomar.
QUE RESULTADOS ELEITORAIS ESPERA ALCANÇAR? TEME SER PENALIZADO POR SE TER ABSTIDO NA VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO PARA 2024?
Não tememos qualquer penalização porque sempre fomos leais e transparentes com o povo Açoriano. Sempre dissemos o que se estava a passar e que, sem diálogo e compromisso, não poderíamos continuar a aprovar orçamentos às cegas.
Esperamos crescer, e muito, nestas próximas eleições, ter um grupo parlamentar de vários deputados que possam ser a voz do povo na Assembleia Regional dos Açores.
O CHEGA não vive na bolha política, vivemos e trabalhamos para as pessoas.