O deputado do CHEGA Açores, José Pacheco, virou hoje atenções para a costa sul do concelho de Ponta Delgada, onde percorreu e visitou algumas freguesias, tendo começado um percurso que começou nas Feteiras, Candelária, Ginetes, Várzea, Sete Cidades e terminou nos Mosteiros.
Para o deputado, trata-se de uma actividade parlamentar que vem ao encontro do compromisso que fez com os açorianos de ser a voz de todos na Assembleia Legislativa Regional.
Neste sentido, José Pacheco procurou perceber nesta deslocação a algumas freguesias da maior ilha dos Açores, quais as suas preocupações e anseios.
Durante o percurso, entre Ponta Delgada e os Mosteiros, uma estrada muito frequentada por turistas e residentes, José Pacheco considerou vergonhoso o estado em que encontrou a rodovia regional, manifestando mesmo o seu desagrado ao ver a vegetação no estado selvagem em que se encontra: “são canas a crescer, quase a tocar nas viaturas e a caírem para a estrada, tapando até alguns sinais de trânsito, e erva de enormes tamanhos”, denunciou.
O parlamentar questiona mesmo o Executivo, perguntando o que “anda o Governo Regional a fazer que não limpa as estradas regionais? Regredimos 100 anos neste aspecto, e isso é vergonhoso”, observou, acrescentando que se anda “constantemente a dizer que queremos turistas, mas não criamos as condições para que eles saiam maravilhados de cá. Que cartão de visita é que damos quem nos visita?”.
Para o CHEGA, o estado em que se encontra aquela estrada regional só revela um profundo “desmazelo constante nas nossas estradas, não só em São Miguel, mas pelas várias estradas de todas as ilhas dos Açores”, disse, ressalvando que não se pode “só anunciar grandes obras, emblemáticas ou eleitoralistas, é preciso começar a cuidar das pessoas que cá vivem e que não se têm que se sujeitar a este tipo de situação. Isso é inaceitável”, frisou.
Também nos Mosteiros, outro problema apontado pelo Presidente da Junta de Freguesia, Carlos Cabral, prende-se com a falta de habitação, principalmente para os casais mais jovens.
“Notámos que é uma freguesia que tem evoluído imenso, e que atrai muito turismo, mas isso tem um preço, e um deles é a especulação imobiliária e os valores a que estão as casas”. A este respeito, José Pacheco reitera a necessidade de um programa eficaz de novas habitações em particular para a classe média/baixa, para que as pessoas tenham acesso a uma habitação. “Ninguém está a pedir casas de graça, pedimos casas que as pessoas consigam pagar”, apontou, afirmando que nos Mosteiros já há trabalho que está a ser desenvolvido entre a Junta de Freguesia e o Governo Regional, mas falta celeridade nos processos. “É preciso começar a trabalhar mais depressa”, alertou, avançando que “um governo que está em funções há quase três anos, não pode continuar a dizer que está tudo em análise ou em estudo. Larguem os estudos e ouçam os representantes do poder local que são eles que sabem e que já estudaram isso há muitos anos”.
A propósito da construção de uma nova estrada de acesso entre Ponta Delgada até às Sete Cidades e Mosteiros, José Pacheco considera que é sempre de salutar tudo o que for requalificar e melhorar as acessibilidades para as populações. Contudo, alertou que não se podem esquecer as restantes freguesias, porque, muitas vezes, as vias rápidas relegam ao abandono muitas freguesias. Veja-se o caso do Nordeste que, com a construção da via rápida de Ponta Delgada até à Vila do Nordeste, deixou todas as freguesias do Nordeste esquecidas.
Para o deputado, “temos é que melhorar as estradas, mas tentando não retirar o trânsito dentro das freguesias porque depois sofrem com estas decisões. Parece-me que uma via-rápida Ponta Delgada até às Sete Cidades ou aos Mosteiros é matar todas as freguesias limítrofes. Precisamos sim de estradas boas, limpas e arranjadas”, disse.
Para além das estradas, José Pacheco aponta ainda outras questões que precisam ser revistas. “Por exemplo, nas Sete Cidades um turista que queira lá passar o dia e/ou a noite tem pouco para fazer. Faltam actividades, faltam mais ofertas para além da paisagem e dos restaurantes”, apontou, avançando que o CHEGA vai dar entrada de um Projecto na Assembleia Legislativa Regional com o objectivo de se criar nas Sete Cidades um Centro Interpretativo, “aproveitando o que já lá existe, como é o caso dos viveiros que podem ser potenciados e ser mais uma oferta não só para os turistas, mas também para os locais”.
“Estamos a falar de mais postos de trabalho, de mais riqueza e que não é o Estado a dar, mas sim as pessoas a gerar, e é isso que precisamos”, concluiu.
Ponta Delgada, 21 de Junho de 2023
CHEGA I Comunicação