RESULTADO DA CONCESSÃO DE AVALES A PRIVADOS É PÉSSIMO EXEMPLO PARA OS AÇORIANOS

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Os resultados da Comissão Parlamentar de Inquérito à Concessão de Avales a Empresas Privadas voltaram a estar hoje em discussão na Assembleia Legislativa Regional, durante a apresentação do relatório final da Comissão.

A propósito de uma declaração do socialista Berto Messias, José Pacheco disse concordar com o Partido Socialista: “o Secretário da Economia [na altura Vasco Cordeiro] violou a lei. Concordo e foi o Partido Socialista que o afirmou”, reforçou o parlamentar que recordou que também o empresário Américo Gonçalves, da empresa Angrasol, “foi prejudicado no processo”.

O CHEGA, que desde a primeira reunião da Comissão de Inquérito revelou algumas reticências relativamente à concessão de avales do Governo a empresas privadas, recordou as audições feitas no âmbito daquela Comissão e o facto de a maioria dos empresários nem sequer ter conhecimento que era beneficiário de avales.

“Ouvindo o relato do empresário Américo Gonçalves, parece que era tudo muito estranho e até recomendei que fosse para o Ministério Público e se defendesse. O empresário disse que tinha sido amplamente prejudicado. Temos cartas de conforto a empresas, que não as receberam”, reforçou o parlamentar. Aliás, recorda, houve empresários que disseram que se tivessem sido informados que o Governo Regional ia ser fiança, que tinham concorrido aos avales.

Para José Pacheco, “este é um péssimo exemplo que damos à sociedade e à economia dos Açores, porque os empresários não fazem ideia que existem medidas a que podem recorrer. É ridículo alguém dizer que não fazia ideia que tinha tido um aval. Estamos a dizer que nos Açores é tudo feito com sapatinho à medida”, reforçou.

Referindo-se ainda ao empresário Américo Gonçalves, José Pacheco lembrou que, após a sua audição, “a conclusão a que acabei de chegar, foi que houve uma vontade muito grande de ter um empreendimento na Terceira, beneficiaram o empresário, e quando a coisa começou a correr mal deram o dito por não dito, e puxaram-lhe o tapete”.

Já a propósito das declarações do deputado Vasco Cordeiro que não foi chamado à Comissão de Inquérito Parlamentar para prestar esclarecimentos, José Pacheco afirmou que se o antigo Secretário Regional da Economia “se sentiu lesado na sua honra, até agradecíamos que pedisse para ser chamado”, argumentando que o anterior cargo que ocupou “não lhe traz categoria especial. Aqui somos todos supostamente iguais”.

Relativamente à Comissão de Inquérito Parlamentar às contas da SATA, proposta pelo CHEGA – e que teve hoje a primeira reunião – José Pacheco garantiu que Vasco Cordeiro vai ser chamado a prestar contas “todas as vezes que considerarmos que deve ser chamado”, concluiu.

Horta, 16 de Junho de 2023
CHEGA I Comunicação