TRANSIÇÃO CLIMÁTICA NÃO PODE SER IMPOSTA POR DECRETO

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O debate sobre a acção climática impõe-se e o CHEGA também manifesta a sua preocupação com o clima e com o meio ambiente – “como qualquer deputado nesta casa e qualquer Açoriano” – embora entenda que não se podem impôr soluções a qualquer custo.

O deputado José Pacheco falava esta manhã na Assembleia Regional sobre a intenção de se estabelecer o Regime Geral da Acção Climática na Região, apresentado pelo PAN, explicando que quando se fala em alterações climáticas “não gosto das palavras “obrigar” e “proibir”, porque nunca dá certo”. O parlamentar acredita que “não é com greves de fome pelas alterações climáticas ou manifestações pelo clima” que se conseguem mudar mentalidades “até porque os jovens que fazem essas manifestações, depois vão no carro dos pais até à porta das escolas”.

Pelo contrário, afirmou o CHEGA, o exemplo de reciclagem nas salas de aula que muitas crianças levam depois para casa e transmitem aos pais, é um exemplo a seguir “se queremos levar as coisas a sério”, transmitindo às novas gerações valores de preocupação com o meio ambiente.

A questão é que seja gradual “e não por imposição”, como pretende o Decreto Legislativo Regional proposto pelo PAN que impõe metas ambientais impraticáveis “quando nem sequer existem no mercado veículos eléctricos capazes de fazer tarefas mais robustas. Não existem ainda carrinhas pick-ups eléctricas no mercado, para obrigar o Governo a mudar toda a sua frota para frotas eléctricas”.

José Pacheco lembrou ainda que as viaturas eléctricas “são caríssimas, a produção ainda não é acessível e toda a gente sabe que a extracção de lítio [para o fabrico das baterias] é altamente poluente”, explicou.

Apesar de tudo, o CHEGA entende que não podemos descurar o meio ambiente. “Não podemos é obrigar o Governo a ter já, quando nem sequer existem veículos no mercado”, argumentou ao acrescentar que os veículos eléctricos ainda têm uma autonomia muito curta. “Não podemos mentir às pessoas. Temos de ser sérios e só assim conseguimos fazer a transição climática – que até gostava que fosse mais rápida – mas não podemos continuar a obrigar”, referiu José Pacheco.

O CHEGA entende que a transição climática não pode ser feita por decreto, vai ser cultural, e deu o exemplo dos vários problemas ambientais que ainda existem em São Miguel, que importa atender para combater. “Não está a resultar ainda, mas há-de resultar”, argumentou José Pacheco que lamentou também que os próprios recipientes para separação de resíduos sejam extremamente caros quando se pretendem atingir metas de reciclagem ambiciosas.

Horta, 12 de Maio de 2023
CHEGA I Comunicação