O CHEGA esteve esta tarde no Cine Teatro Miramar, em Rabo de Peixe, onde visitou as instalações e se inteirou do trabalho que é desenvolvido naquele espaço onde funciona a Escola de Música de Rabo de Peixe, a ludoteca da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande e o auditório que está aberto à comunidade para eventos culturais, e não só, sendo o único espaço com capacidade para acolher espectáculos na Vila.
Para o deputado José Pacheco não faz sentido alienar aquele espaço, mas sim criar outros semelhantes que possam estar de portas abertas para a comunidade. “A nossa posição é contrária à do Governo Regional”, que através do Teatro Micaelense – que é quem gere o espaço – pretendia alegadamente vender o Cine Teatro Miramar. “Queremos é saber quem vai ser o responsável por esta trapalhada, por esta contra-informação, que levou quase uma semana para o Presidente do Governo vir desmentir”, referiu José Pacheco depois de garantias dadas por José Manuel Bolieiro que a intenção de venda não se iria concretizar. “Estamos do lado das pessoas da Vila de Rabo de Peixe, e não só, e aproveito para dar os parabéns à comunidade e àqueles que se uniram contra a venda deste espaço”, reforçou.
Para o parlamentar, a cultura – “que não é só erudita” – deve ser uma constante aposta do actual Governo e dos próximos. Neste sentido lembrou a presença açoriana na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), “onde fomos vender a paisagem açoriana, mas gostava que tivéssemos ido promover também a cultura açoriana que, infelizmente, é o parente pobre de qualquer Governo. Da parte do CHEGA não é aceitável e vamos lutar sempre contra isso”, destacou.
Aliás, o deputado do CHEGA até defende que o pelouro da cultura deveria estar integrado na Secretaria do Turismo. “Não se pode vender só paisagens, mas sim uma série de tradições, como os bailinhos de Carnaval da Terceira ou os Espírito Santos que existem em todas as ilhas e que são dois exemplos de um grande cartaz cultural que temos de saber promover”, disse.
José Pacheco acrescentou ainda que a Secretária Regional da Educação e Cultura “é competente na educação, que acumula com a cultura, mas para se ser competente na educação, obviamente está a descurar a cultura. Possivelmente teríamos de rever isso – o que não significa mais Secretarias – até porque nem há um Director Regional da Cultura, ou se há, nem se sabe o nome da pessoa. É um sinal claro de como a cultura está a ser tratada e as preocupações que há com a cultura nos Açores”.
São as tradições açorianas que podem ser um chamariz para o turismo, “mostrando quem somos, o que comemos, o que fazemos e como vivemos”. Até porque, “se queremos os Açores no centro da Europa, não podemos mostrar só paisagens. Mostrar a paisagem é muito bonito, mas nós não somos só paisagem, somos pessoas. E as pessoas têm de estar em primeiro lugar”, destacou o parlamentar que acredita que o turismo apenas focado na economia não é um bom passo para o futuro dos Açores “e vai dar asneira, como deu a mono-cultura da vaca”.
Ponta Delgada, 2 de Março de 2023
CHEGA I Comunicação