Depois de questionar o Governo Regional acerca do empreendimento Piedade Jovem, nos Arrifes, o CHEGA mostra-se preocupado com o facto de não estarem previstas conversações do executivo com o investidor privado, proprietário de dezenas de lotes que se mantêm inacabados e tiveram de ser emparedados.
Na resposta a um requerimento sobre aquele empreendimento nos Arrifes, o Governo Regional reconhece a necessidade de habitações para agregados familiares identificados como estando em situação de Grave Carência Habitacional, mas diz não haver qualquer acordo com o investidor privado para a conclusão da obra.
Há alguns anos que vários blocos de apartamentos naquele bairro estão por acabar, a degradar-se e a servir para actos menos lícitos que incomodam toda a comunidade circundante e a própria freguesia, facto que levou ao emparedamento dos vários apartamentos inacabados para evitar maior vandalização. No entanto, o Governo assume que “não foi feita nenhuma proposta formal e oficial à tutela” por parte do investidor privado, para que se avançassem com as obras para reabilitar os vários blocos de apartamentos encerrados.
Quanto ao aspecto de degradação do empreendimento, o executivo regional justifica com a “humidade ascensional” que atinge 48 imóveis, que “serão intervencionados de acordo com a capacidade de realojamento temporário das famílias”. Mas admite que qualquer intervenção a realizar, terá de ser definida em Assembleia Geral de Condomínio, já que são várias as modalidades de habitação naqueles apartamentos.
Questionado pelo CHEGA acerca de uma estratégia social para aquele empreendimento, tal como acontecia anteriormente com a presença de uma equipa de apoio no bairro – que ocupava uma das fracções – o executivo refere que todos os inquilinos da Região, e não só da Piedade Jovem, são acompanhados em permanência pela Divisão de Apoios, Arrendamentos e Fiscalização, da Direcção Regional da Habitação, em parceria com outras entidades.
Perante as respostas do Governo Regional, o deputado José Pacheco mantém a sua preocupação face ao empreendimento Piedade Jovem, relembrando “a falta de habitação, não só na freguesia dos Arrifes, mas um pouco por todos os Açores, conjugada com os preços exorbitantes do arrendamento e a falta de capacidade financeira para recorrer ao crédito”, por parte de muitas famílias, principalmente jovens.
José Pacheco reforça a necessidade de se resolver com urgência o problema dos lotes que continuam inacabados e emparedados, que se degradam de dia para dia, e que “impossibilitam que casais dos Arrifes, e não só, tenham acesso a uma habitação condigna. Era importante a tutela estabelecer contactos com o investidor privado que adquiriu aqueles apartamentos, para perceber as suas intenções quanto à reabilitação dos edifícios”.
O CHEGA volta a lembrar que “a falta de habitação é uma preocupação de muitas famílias nas nossas ilhas. Aqueles apartamentos podiam ajudar a colmatar algumas dificuldades, pelo menos em São Miguel”, afirmou o deputado José Pacheco para quem a falta de habitação na Região, em particular para os casais jovens, é um problema que se tem vindo a agravar.
Ponta Delgada, 10 de Janeiro de 2023
CHEGA I Comunicação