É uma dificuldade com que as ilhas mais pequenas do arquipélago se debatem e que, no caso da ilha de Santa Maria, coloca em causa a própria qualidade de um dos produtos de excelência: a meloa. Foi esta a principal preocupação que o deputado José Pacheco ouviu da Cooperativa AgroMariense durante uma reunião que manteve com o Presidente, Duarte Moreira, o Vice-Presidente, Francisco Maciel, e como vogal da Direcção, João Moura.
A meloa de Santa Maria é um produto de Identificação Geográfica Protegida e é um produto âncora, de excelência e de qualidade, que tem sido colocado em causa por causa do escoamento. Quer devido às empresas de transporte marítimo que nem sempre adequam as passagens pela ilha consoante as necessidades de quem produz e exporta; quer devido à falta de articulação entre os vários operadores de transporte marítimo nas várias ilhas; quer mesmo devido à falta de articulação do avião cargueiro.
“É preciso um adequado transporte marítimo de mercadorias. Temos de tratar disto imediatamente. Não é para o ano, é imediatamente”, referiu José Pacheco no final da reunião, acrescentando que “temos de saber tratar dos Açores como um todo. Não podemos fazer uma aposta num sector e numa ilha e depois esquecermos os outros sectores e todas as outras ilhas”.
A solução, no caso da meloa de Santa Maria, pode passar até “por uma parceria com o transporte já existente, da empresa Pareces”, mas também pode beneficiar com o avião cargueiro. No entanto, salientou o deputado, é preciso dar a conhecer aos empresários mais esta ferramenta. “Continuo sem perceber porque o Governo Regional ainda não veio falar com os empresários sobre o cargueiro aéreo. Não sei se o Governo Regional está à espera que o cargueiro passe a ser um fiasco. Gostava que o cargueiro servisse os açorianos, mas sem diálogo não vai funcionar”, explicou. Para o deputado “o dinheiro dos contribuintes açorianos é para ser bem gerido e não ser empregue em experimentalismos. Temos de conversar com as pessoas certas, por exemplo, com quem trabalha nesta cooperativa – eles é que sabem quando precisam, o que precisam e que articulação é preciso fazer – e perceber porque é que as empresas que servem os Açores em termos de transporte marítimo não se entendem. Até parece que é de propósito”.
A meloa de Santa Maria é produzida de Junho a Setembro e anualmente são comercializadas 120 toneladas. No entanto, a Cooperativa AgroMariense acredita que, havendo um bom escoamento do produto, a produção de meloa pode duplicar para cerca de 300 toneladas por ano. “A meloa de Santa Maria tem de ser defendida e valorizada”, afirmou José Pacheco que acrescentou que este produto de excelência “deve ser um orgulho para todos os açorianos”.
Além da meloa, também a carne, nomeadamente o gado vivo, e até o peixe, sofrem do mesmo problema de escoamento, conforme garantiu a Cooperativa.
Na reunião foi ainda abordada a necessidade de se melhorarem as condições do matadouro de Santa Maria. Nomeadamente, as máquinas de frio, a capacidade de armazenamento de carcaças e uma melhoria das condições da sala de desmancha, que são questões que preocupam a AgroMariense.
O POSEI e o facto de as verbas serem bastante limitadas, foi outra das preocupações que os responsáveis pela Cooperativa transmitiram a José Pacheco. “As ilhas com produtos de excelência têm de ter uma atenção especial ao nível do POSEI e devem ser acarinhadas”, garantiu o parlamentar.
José Pacheco está de visita a Santa Maria onde vai manter várias reuniões. Além da AgroMarienseCoop, durante a tarde de hoje está agendada uma reunião com a Associação Regional de Criadores de Caprinos e Ovinos dos Açores – ARCOA. Na próxima Segunda-feira está prevista (ainda por confirmar) uma reunião com a Direcção do Clube Asas do Atlântico, e no resto do dia o deputado vai aproveitar para manter um contacto mais próximo com a população mariense.
Vila do Porto, 19 de Agosto de 2022
CHEGA I Comunicação