Numa visita ao Porto de São Mateus, na ilha Terceira, o deputado José Pacheco elencou vários problemas das pescas que estão a prejudicar os próprios pescadores e todo este sector económico.
Um sector que “tem estado ao abandono, mas não é o único. São as chamadas profissões de pobre e que estão cada vez mais pobres”, referiu o deputado que se encontra em visita oficial à ilha Terceira. “Não podemos condenar as pescas ao esquecimento, quando temos um quintal imenso que é o nosso mar”, disse José Pacheco. E acrescentou que um dos problemas é que “não podemos deixar que este nosso mar seja roubado pelos de fora, quando precisamos que esse peixe seja vendido a um preço justo, já que o encontramos nas grandes superfícies com um preço 10 vezes superior. Isso nem é bom para os açorianos”.
Outra das questões com que se debate o sector das pescas é a falta de representação. Na prática, “há uma série de associações que, no fundo, nem representam os pescadores e que falam em nome próprio sem os defender convenientemente. Tenho ouvido pescadores de várias ilhas que são surpreendidos com algumas decisões e quando confronto o Governo Regional,
diz-me que foi de comum acordo”. Perante esta falta de representação, “é preciso reorganizar tudo isso e os dinheiros públicos que vão parar a associações de pescadores, temos de ver se estão a ser bem aplicados ou apenas servem para pagar ordenados a dirigentes. No fundo, são os pescadores que acabam por pagar”.
Depois de contactar com vários pescadores naquele que é o principal porto de pescas da ilha Terceira, José Pacheco relembrou que durante décadas “andaram a brincar às pescas e a enganar e a iludir os homens do mar e a dizer que a pesca seria o futuro dos Açores”. No entanto, o que se tem vindo a verificar “é que continuamos a ter pescadores empobrecidos e continuamos a maltratar esta classe”. Além disso, há ainda a falta de mão-de-obra – transversal a vários sectores de actividade – que também dificulta a vida dos homens do mar. José Pacheco reforça que para se combater a falta de mão-de-obra também é preciso que “os empresários revejam as remunerações, mas também é necessário que do lado do trabalhador haja humildade em aceitar o que é proposto e não começar num novo trabalho, pensando que é patrão”.
São Mateus, 13 de Julho de 2022