O deputado do CHEGA disse, hoje, na Assembleia Legislativa Regional dos Açores que se recusa a aceitar que se tratem os açorianos como “pobres coitados”.
Na sequência de uma declaração política, apresentada pelo PS, José Pacheco apelou aos socialistas para que quando quiserem falar de pobreza que vão falar com a «Teresinha» que “trabalha 7 dias por semana, sempre que pode e consegue. É uma mãe solteira, levanta-se, cuida da filha, luta contra a pobreza e nunca foi bater à porta da segurança social”.
Avançou ainda para irem falar com o «Eduardo», que é reformado, que trabalhou todos os dias da semana para dar o suficiente e as devidas condições, através do seu trabalho, aos filhos para crescerem e serem homens e mulheres.
José Pacheco criticou a forma como o PS aborda o combate à pobreza, realçando que quando falam de pobreza, falam dos pobres coitados, mas, frisou, “o povo açoriano não pode ser chamado de pobre coitado. Estamos a falar de um povo orgulhoso, que merece dignidade e respeito e que não merece ser tratado com um pobre coitado”.
Apesar de reconhecer a existência do que considerou “pobreza na algibeira”, o parlamentar admite que a “maior pobreza que se vê está na mente”, alertando que “quem está em casa, sabe a que me refiro”.
O deputado deu ainda como exemplo, o caso da «Maria» que recebe uma reforma de 300 euros e que cuida da neta e da bisneta mas não recebe RSI porque, estes sim, advogou, “são os verdadeiros pobres, esta é a pobreza envergonhada e foi contra esta pobreza que não se se soube lutar, mas que espero que ainda a saibamos travar”.
Para o deputado, há de facto, trabalho feito no combate à pobreza, contudo diz estar preocupado com o surgimento, todos os dias, de novos pobres, justificando que, actualmente, um casal a viver de dois salários mínimos e com filhos para sustentar, “é um casal muito pobre e este casal não está preocupado em ir para a Segurança Social pedir o RSI, mas sim em trabalhar mais uma hora ou até a ter mais do que um emprego para poder sobreviver”.
Aliás, avançou, José Pacheco, “actualmente, já não se vive, mas sim sobrevive-se nos Açores e isso é um insulto à dignidade”, criticou garantindo que o CHEGA não é contra os pobres, mas sim “contra a pobreza semeada pela esquerda”, pela qual irá lutar contra todos os dias e sempre que os socialistas falarem dos pobres.
O parlamentar assegura, assim, que o CHEGA vai continuar trabalhar no sentido de dar a toda as pessoas uma oportunidade na vida, para que possam viver “apenas com o seu trabalho e não vivendo em pobreza, mas de espírito”. Ainda em jeito de exemplo, José Pacheco recorda casos como o “da menina que se divorcia só para ter RSI ou do menino que vai a uma entrevista de trabalho, mas pede às empresas para que digam que não é adequado ao trabalho, só para continuar a receber os subsídios”.
Perante as evidências, e “esta dura realidade”, o deputado chamou a atenção do Presidente do Governo Regional dos Açores, para a necessidade de se inverter estas situações, lançando o repto para mude esta situação.
O CHEGA entende que a pobreza tem que acabar, acreditando existirem, nos Açores todas as condições. “Nunca vamos ser milionários, não vivemos num grande território, não temos grandes indústrias, mas temos condições para viver com dignidade e essa dignidade foi roubada pela kanhota”, concluiu.
Horta, 13 de Janeiro de 2022
CHEGA I Comunicação