O deputado do CHEGA defendeu hoje que a carreira dos enfermeiros precisa de uma atenção mais especial, sob pena de se perder profissionais por ser uma carreira que está a deixar de ser motivante.
Durante uma audiência com o presidente do SINDEPOR, José Pacheco ouviu as preocupações deste responsável, que alertou para a necessidade de se retificar, com a maior brevidade possível, o Decreto Legislativo Regional nº 26/2008, que atribuiu um bónus aos enfermeiros, mas que actualmente deixa de fora 150 enfermeiros, muitos deles especialistas.
Para José Pacheco, trata-se de uma situação que importa ser revista, dando garantias que o CHEGA irá apresentar uma proposta de alteração de forma a alterar “esta injustiça para quem, todos os dias, luta por uma melhor saúde nos Açores”.
A este propósito, o deputado recordou que não se pode andar a bater palmas, como aconteceu durante a pandemia, a estes profissionais de saúde e depois estes mesmo profissionais não serem dignamente reconhecidos pelo seu trabalho, através da remuneração que auferem.
Por outro lado, o presidente do SINDEPOR chamou ainda a atenção para a necessidade de serem criados mecanismos que permitam aos enfermeiros que vivem nas ilhas mais pequenas a se poderem deslocar para outros locais para a realização de estágios e/ou formações.
José Pacheco reconheceu que se trata de uma matéria que deve ser tida em conta, para a própria progressão na carreira destes profissionais, para dar oportunidade de formação na especialidade e até mesmo para contribuir para a fixação de enfermeiros nas ilhas mais despovoadas. “Assim, estaremos a contribuir para enfermeiros melhor formados que, desta forma, também prestam um melhor serviço às comunidades onde estão inseridos”, disse o parlamentar.
Em cima da mesa esteve ainda outra reivindicação, já antiga, que se prende com os salários pagos aos enfermeiros na função pública e nas IPSS e Santas Casas da Misericórdia. Para o SINDEPOR não faz sentido que um enfermeiro a trabalhar na função pública aufira 1207.48 euros enquanto uma Santa Casa da Misericórdia apenas paga 835 euros a estes profissionais.
José Pacheco partilha das preocupações do sindicalista, defendendo a necessidade de existir igualdade social para todos os enfermeiros. Até porque, avança o deputado, com esta equiparação, deixará de existir tanta rotatividade nas IPSS e Santas Casas, o que coloca em causa a própria saúde e segurança dos utentes, e poderá ser pensado para estas instituições um projecto de geriatria em condições e mais alargado.
Ponta Delgada, 10 de Dezembro de 2021
CHEGA I Comunicação