O deputado único do Chega no parlamento açoriano, José Pacheco, avançou hoje, 15 de outubro, que o gabinete de prevenção da corrupção e da transparência, proposto pelo partido, vai ser criado até novembro pelo Governo regional.
A informação foi revelada por José Pacheco em declarações aos jornalistas após uma reunião em Ponta Delgada com o secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Joaquim Bastos e Silva.
“Não viemos aqui sorridentes, satisfeitos. Viemos com alguma apreensão, uma vez que sentíamos que o gabinete não estava a ser feito ou não existia”, afirmou José Pacheco.
A criação de um gabinete de prevenção da corrupção e da transparência foi uma das reivindicações do Chega para firmar um acordo de incidência parlamentar com o PSD, o CDS-PP e o PPM, para suportar o atual Governo dos Açores.
No Plano da região para este ano, foi inscrita uma verba de 50 mil euros para a implementação do gabinete.
“Da longa conversa que tivemos com o senhor secretário, houve uma série de compromissos e novidades: até ao Orçamento, até novembro mais ou menos, já teremos a criação do gabinete, que contará com uma data de pessoas dessa área”, declarou José Pacheco.
O deputado afirmou que existe “falta de meios humanos” na região para cobrir uma “área muito específica” como a corrupção.
“Não é uma questão de dinheiro. Neste momento existe um problema de meios humanos”, disse, referindo-se ao atraso na criação do gabinete.
José Pacheco revelou também que o Governo dos Açores pretende avançar com um portal digital da queixa a nível regional, onde poderão ser denunciados casos de corrupção.
Questionado sobre as críticas ao Governo regional sobre a distribuição de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o deputado do Chega desvalorizou as acusações, referindo que não se trata de uma “competência do Governo regional”.
“Não me vou alongar nisto nem vou entrar num circo mediático de populismo e falsas verdades”, assinalou.
Na quinta-feira, a bancada do PS no parlamento dos Açores acusou o Governo regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, de estar a fazer uma gestão “ilegal” das verbas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o arquipélago.
Em causa está o acesso aos 117 milhões de euros destinados à região através das Agendas Mobilizadoras do PRR.
No mesmo dia, o BE/Açores também criticou o governo açoriano por “beneficiar sempre os mesmos grupos económicos”, considerando “inaceitável” a distribuição das verbas do PRR.
Lusa/ DL
Fonte: Diário da Lagoa