O Deputado do CHEGA Açores, José Pacheco, defendeu hoje na Comissão de Assuntos Sociais que o sistema educativo necessita de estabilidade e dignificação que deve começar pelos professores.
Usando da palavra a propósito da discussão da quarta alteração ao Regulamento de Concurso do Pessoal Docente da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário, por proposta do Governo Regional dos Açores, o parlamentar deu conta que durante décadas o sistema de ensino vem sofrendo recuos e avanços, experimentalismos e fracassos, algo que, diz, se reflecte na sociedade, nas famílias e no sucesso educativo dos Açores.
Defende o CHEGA que a educação é um tema demasiado sério para ser palco de lutas laborais ou sociais. “Temos, de uma vez por todas, de criar estabilidade à classe docente, garantindo a sua tranquilidade e motivação na sua missão principal que é a de ensinar as nossas crianças e jovens”, frisou.
Para José Pacheco, a precariedade no ensino em nada contribui para esta motivação, em nada dignifica os professores como bons profissionais ou até mesmo seres humanos, que o são, e não devemos esquecer isto, considerando que “a falta de respeito que se tem feito sentir, ao longo de décadas, com os professores também se reflecte na importância social que os docentes tinham e deviam continuar a ter enquanto educadores”. Neste sentido, avança José Pacheco, “é urgente recuperar a «autoridade» que um professor deve ter junto do seu público-alvo, mas também da comunidade onde leciona”, garantindo que “para tal é preciso “garantir que a carreira de professor seja estável, contínua e sem os sobressaltos a que temos assistido”.
A este respeito, o Deputado José Pacheco adverte para “que se leve o tempo que se tiver que levar, use-se as ferramentas que se tiver de usar, oiçam-se todos os que tenhamos de ouvir, mas que sejam finalmente criadas as condições para que um professor, um importante pilar da nossa sociedade, tenha estabilidade e dignidade na sua vida profissional, familiar e social”.
Por outro lado, o parlamentar reconhece que apesar de não ser um tema em discussão nesta reunião da Comissão de Assunto Sociais, “é importante referir que nenhum professor possa ser desautorizado nas suas funções e muito menos sobrecarregado de expedientes burocráticos que só dificultam a sua nobre missão de instruir os mais novos, o futuro da sociedade”, adiantando que “jamais poderá ser o sistema educativo a desautorizar um professor nas avaliações dos seus alunos apenas com o propósito político de falsear os dados estatísticos e os rankings escolares. Ou usamos o mérito como padrão ou nivelamos por baixo toda uma sociedade”.
“Se não houver respeito por quem educa, dificilmente teremos uma sociedade que se saiba respeitar mutuamente”, frisa José Pacheco, advertindo que se não houver “professores motivados, com a situação profissional estável e a cumprirem bem a sua missão, dificilmente vamos ter uma sociedade que funcione e que queremos que seja equilibrada e justa”.
José Pacheco congratulou-se ainda por, “finalmente se estar a dar passos sérios e seguros na procura da estabilidade da classe docente para que os professores voltem a ser professores”, concluiu José Pacheco.
Ponta Delgada, 12 de Março 2021