Ora cá estamos outra vez a assistir ao “renascimento” do PS Açores — versão Francisco César 2.0 – agora com “limpeza interna”, “renovação” e tudo o mais que dê jeito para mudar, mantendo tudo na mesma, mas com novos protagonistas feitos à imagem do “querido líder”. Um dos requisitos principais nessa renovação é nunca saber fazer mais nada a não ser política e, neste particular, saber fazer muito ruído, muita parra e pouca uva.
À semelhança das grandes purgas estalinistas, substituem-se uns nomes (na antiga URSS, o destino era mais sombrio), apagam-se umas caras, fazem-se uns comunicados cheios de palavras caras… mas no fim do dia, quem continua a mandar é a mesma dinastia de sempre. Francisco César e o pai — a eterna dupla que já devia ter direito a lugar vitalício na sede do partido.
Fala-se de “renovação”, mas o único que ainda não percebeu que devia ser renovado é precisamente o clã César. Anos e anos de derrotas eleitorais, promessas falhadas e gente afastada, e lá continuam, imbatíveis, como se o PS fosse um negócio de família.
O mais engraçado? Para os outros partidos, isto é uma bênção! É como ter o pior treinador do mundo a liderar a equipa adversária. Só falta agradecer.
E já vimos este filme antes: o PS Açores sempre teve esta mania de convidar “figuras da sociedade civil” para servirem de verbo de encher — aparecem nas listas, tiram umas fotos, fazem boa figura – e nas eleições seguintes, vão todos pela porta fora. Agora, nem precisam de ir buscar de fora: os bobos da corte já são internos.
O problema não é falta de ideias. É o costume: nepotismo, amiguismo e aquela sensação de que os Açores são uma espécie de “República da Família César”. Se isto é renovação, então o detergente devia estar fora de prazo há muito tempo.
Mas pronto, para quem está de fora, só há uma coisa a dizer: continuem assim, que nós estamos a adorar o espetáculo.
O PS Açores está bem e recomenda-se.
Francisco Lima
Deputado e Vice-Presidente do CHEGA Açores




