O Grupo Parlamentar do CHEGA reuniu esta tarde com a Direcção da AICOPA – Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores, no âmbito das Jornadas Parlamentares que estão a decorrer em São Miguel. A falta de mão-de-obra no sector foi uma das principais preocupações denunciadas pela AICOPA aos parlamentares do CHEGA, assumindo também a falta de capacidade de captar os mais jovens para algumas áreas da construção civil.
A economia paralela que se desenvolve no âmbito da construção civil, os atrasos nos pagamentos – por parte do Governo Regional – das obras públicas, a flutuação dos preços dos materiais de construção, bem como os constantes atrasos nos transportes marítimos de mercadorias, foram algumas das dificuldades do sector transmitidas aos parlamentares do CHEGA.
Para o líder parlamentar, José Pacheco, a falta de mão-de-obra na construção – como noutros sectores – é algo que é urgente combater, “até porque não podemos estar a pagar a pessoas em casa sem fazer nada, sem estarem inscritos nos centros de emprego, quando falta mão-de-obra” num sector, que outrora foi um importante escape para muitas famílias.
“O mesmo Governo que paga a estas pessoas no fim do mês, diz que está com constrangimentos de tesouraria e não paga aos empreiteiros a tempo e horas. Não há desculpas de falta de orçamentos, não pode haver desculpas, o Governo tem de ser pessoa de bem. Só compramos o que podemos pagar, não podemos continuar a ouvir que desde Novembro do ano passado havia contas por pagar”, referiu o líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco.
Na reunião, onde esteve também o deputado do CHEGA na Assembleia da República, Miguel Arruda, a AICOPA deu conta que alguns empreiteiros têm dificuldade em concorrer a obras públicas, uma vez que depois não conseguem fazer face aos constrangimentos por falta de pagamento do Estado. Ou seja, “apesar do volume de trabalho, ninguém anda a ganhar dinheiro. Anda um sector quase a trabalhar de forma virtual”, referiu José Pacheco.
Para o CHEGA, falta uma estratégia de futuro para a habitação, para as obras públicas, e para muitos outros sectores, hipotecando o futuro da Região e das gerações mais jovens. José Pacheco deu o exemplo do Plano de Ordenamento da Orla Costeira da Ilha de São Miguel – cuja consulta pública terminou ontem – “que vai proibir novas construções até 500 metros a partir da orla costeira. Vai deixar de se poder construir na maioria das freguesias de São Miguel e isso é inadmissível. Depois dos 500 metros existem as reservas ecológicas e as reservas agrícolas, que também não permitem construções novas. É o futuro dos nossos filhos que está em causa, porque a habitação é uma forma de fixar população”, reforçou José Pacheco.
Este é um dos assuntos que o Grupo Parlamentar do CHEGA irá denunciar amanhã, no segundo dia de Jornadas Parlamentares em São Miguel. O dia vai começar com uma visita à Queijaria “O Lavrador”, na Covoada, seguindo-se, à tarde, uma visita à Ribeira Quente para falar sobre o Plano de Ordenamento da Orla Costeira da Ilha de São Miguel.
Ribeira Grande, 5 de Setembro de 2024
CHEGA I Comunicação
Fonte: RTP Açores