O Grupo Parlamentar do CHEGA denunciou hoje que os doentes de São Miguel que estão deslocados no Faial, depois do incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, “tiveram de ser expulsos” dos hotéis onde estavam, para alojar políticos e governantes que vão estar nas celebrações do Dia dos Açores e na sessão plenária de Maio, onde se vai discutir o Plano e Orçamento para 2024.
Em conferência de imprensa, os deputados José Pacheco e Olivéria Santos consideraram inadmissível que estes Açorianos, ainda por cima doentes, “sejam tratados como sacos de batatas” e despejados de um hotel para serem acomodados noutras instalações que o Governo Regional diz serem dignas. “Se há dignidade nos alojamentos para estes doentes, certamente haveria para os políticos”, afirmou José Pacheco.
O líder parlamentar do CHEGA argumentou que “em primeiro lugar estão as pessoas, somos pagos pelos contribuintes, que merecem o nosso respeito e quando padecem de uma doença carecem de sensibilidade, que era o que devia ter sido feito pelo Governo Regional e não foi. O Governo foi negligente e incompetente, não se tratam pessoas doentes desta forma”.
O CHEGA “não se revê nisto” e já cancelou a reserva do hotel que tinha na cidade da Horta, escolhendo alojar os deputados e pessoal do gabinete na ilha do Pico, “por opção, para não ocupar sete quartos de hotel que podem ser atribuídos a estes doentes”.
José Pacheco desafiou os restantes partidos políticos e governantes a fazer o mesmo, tendo já também enviado uma missiva ao Presidente da Assembleia Legislativa Regional, Luís Garcia, não se opondo a que a data do plenário de Maio seja alterada, bem como as celebrações do Dia dos Açores.
“Os Açores sobreviveram até agora sem Orçamento e, ao contrário do que muitos querem fazer crer, podem esperar mais uns dias e não morre ninguém se não se comemorar o Dia do Açores. Mas os doentes estão a sofrer psicologicamente com isto”, reforçou José Pacheco.
“Ninguém merece isto, não aceitamos nem vamos aceitar que os políticos e governantes dos Açores tratem estes Açorianos como sacos de batatas”, disse o líder parlamentar do CHEGA que acrescentou que “estas pessoas tiveram de ser deslocadas, por uma fatalidade, mas é demais serem tratadas desta forma. Houve uma negligência muito grande, e incompetência governativa e isso é inaceitável”, afirmou.
O CHEGA indicou ainda que além da falta de sensibilidade para com os doentes deslocados, há ainda a questão das celebrações do Dia dos Açores, referindo que nas Ilhas do Triângulo esse é também um dia forte em honra do Divino Espírito Santo, onde na Terça-feira seguinte até costuma ser dada tolerância de ponto, “pelo que também acaba por não se respeitar esta vivência tão intensa nas ilhas do Triângulo”, concluiu José Pacheco.
Ponta Delgada, 17 de Maio de 2024
CHEGA I Comunicação