No final de mais uma visita oficial à ilha Terceira, o deputado José Pacheco defendeu que a Praia da Vitória – e consequentemente toda a Região – poderia beneficiar mais da sua posição geo-estratégica com a criação de um entreposto comercial, aéreo e marítimo. “Podíamos ter aqui um entreposto de distribuição de mercadoria, entre Europa, América e África, que traria à Praia da Vitória a dignidade que merece e, quando trouxermos esta dignidade à Praia da Vitória, trazemos à Terceira e aos Açores por consequência”, referiu José Pacheco.
Com a saída dos militares norte-americanos da Base das Lajes – “que foi uma catástrofe” – é preciso potenciar o que já existe, e a Praia da Vitória, servida com o segundo maior porto comercial da Região e com um aeroporto, está bem posicionada para que funcione como uma plataforma logística. “Não aproveitamos isso porque não queremos. Estamos sempre obcecados com a carga de impostos que pomos em cima dos contribuintes. E que tal reduzirmos essa carga de impostos e fazermos dos Açores um paraíso fiscal – no bom sentido e não um paraíso fiscal para aqueles ricos que nos roubam tudo?”, questionou o parlamentar.
José Pacheco criticou a falta de planeamento, não só na ilha Terceira, mas em todo o arquipélago, em vários sectores primordiais para o desenvolvimento da Região. “Há coisas que não estão a ser pensadas. Pensamos no turismo, mas depois queremos é aviões com passagens de 40 euros, em que as pessoas vêm comer latas de sardinhas e causar prejuízo. Ninguém está a pensar no turismo de qualidade, naquela pessoa que não tem dificuldade em pagar 100 euros por uma garrafa de vinho, ou pagar o preço justo pelo artesanato, em colaborar e ajudar a economia dos Açores e em ressuscitarmos a nossa cultura e as nossas tradições”, referiu.
Mas a falta de planeamento não é recente, já que “estamos parados há 50 anos. Andamos a trabalhar de quatro em quatro anos para agradar ao eleitorado, não só no Governo, mas também nas Câmaras Municipais. Isto acabou. Acho que as pessoas não estão a ouvir o povo e isso está a atrasar o desenvolvimento dos Açores”, destacou o deputado do CHEGA que acrescentou que os Açores continuam a ser a Região mais pobre de Portugal e uma das mais pobres da Europa. “Se calhar temos os personagens errados, são os políticos que temos, por culpa do povo que se deixa ficar em casa e deixa que governem, sem ordem e sem trela. Vamos deixar aos nossos filhos o lodo. Eu quero deixar ouro e não lodo”, rematou.
José Pacheco falou, em concreto, dos problemas que encontrou na ilha Terceira, mas que são transversais às restantes ilhas, como a falta de limpeza dos caminhos rurais e das bermas das estradas. “Vemos a desconsideração do Governo Regional pelas nossas estradas, pelas nossas hortênsias, onde se anda a arrancar hortênsias e se deixa crescer conteiras e silvas. Isto é um autêntico disparate, um desnorte completo. Conseguimos, na Assembleia, fazer valer uma proposta, que foi aprovada quase por unanimidade, no sentido de fazer a limpeza das bermas das estradas, das ervas que vão crescendo. É uma preocupação”, referiu o parlamentar. Preocupação que pode ser menor, mas que afecta a imagem do arquipélago. “Enquanto uns estão muito preocupados com o que vai acontecer para o ano nas eleições regionais, eu estou muito preocupado com o que vai acontecer daqui a 50 anos com aquilo que vamos deixar às novas gerações. Não quero que herdem este desmazelo contínuo que estamos a ver”, disse.
José Pacheco acrescentou que o problema não pode ser falta de mão-de-obra, “porque não falta é gente a ganhar um ordenado sem trabalhar. Façam um favor de pegar nessas pessoas e pô-las a trabalhar. Quem fala nas nossas estradas, fala nas ribeiras, pois as ribeiras já estão entulhadas de lixo, porque já ninguém vai buscar lenha e qualquer dia há uma desgraça, o Governo encolhe os ombros e diz que não é nada com ele. Eu não quero saber se o Governo é de direita ou de esquerda, eu quero é saber se as coisas estão feitas ou não”, garantiu.
O parlamentar deixou a indicação que a população pode contar sempre com o CHEGA para denunciar e para expor situações que não estejam a ser resolvidas e garantiu que cada vez mais as pessoas deixaram de ter vergonha de falar com o CHEGA, “porque perceberam que o CHEGA é o partido da verdade, honesto, frontal, e que não vem com agenda nenhuma. Iremos ter uma surpresa em breve e eu irei liderar esta revolta, que vai ser pacífica, mas vai ser uma revolta nos Açores. Doa a quem doer”, concluiu.
Praia da Vitória, 11 de Agosto de 2023
CHEGA I Comunicação