O deputado José Pacheco entende que a ilha de São Miguel está a ser esquecida pelos governantes em termos de investimento e denuncia que, sendo esta ilha o maior motor da economia regional, não pode continuar a ser preterida.
O assunto não é novo e tem sido denunciado pelo CHEGA que entende que apesar dos Açores terem nove ilhas diferentes, a maior ilha não pode ficar esquecida em prol de ilhas mais pequenas, só para agradar ao eleitorado político. Esta posição voltou a ser defendida ontem no programa “Fronteira Política” da RTP/Açores, onde José Pacheco falou do “mito que se repete e que defende que São Miguel absorve todos os recursos da Região, quando isso não é verdade”.
Para o parlamentar “não temos de retirar nada a uma ilha em prol de outra. Sou um defensor do forte investimento em cada ilha, desde que não seja exagerado ou por questões políticas – e ultimamente temos visto algumas coisas dessas – mas São Miguel não pode continuar a ser esquecida pelos governantes”.
No entender do deputado, o equilíbrio de investimento não pode ser quebrado e “beneficiar uns porque são coitadinhos e vivem numa ilha pequena. Não há Açorianos coitadinhos. Temos de beneficiar todas as ilhas, e São Miguel, por igual”, reforçou.
Quanto a exemplos concretos, José Pacheco falou numa estrada de acesso à Povoação, “que ninguém fala disso”, de uma estrada secundária de acesso à Ribeira Quente, “que foi prometida, mas nunca concretizada”, bem como acessos e estradas degradadas na ilha que concentra 60% de toda a população Açoriana e de toda a economia do arquipélago. A par dos acessos, há ainda a falta de habitação, “que é um drama em praticamente todas as freguesias”, há escolas a precisar de intervenções, e “há todo um conjunto de investimentos que parece que não se fazem só porque é para São Miguel e isso não está correcto”, defende José Pacheco que acrescenta que “não quero mais para São Miguel, mas menos também não aceito”.
Lembrando que é deputado “eleito pelos Açores e por todas as ilhas”, José Pacheco alerta que São Miguel não pode ficar esquecida, até mesmo para se “evitar bairrismos”. Desta forma, destaca ser essencial que “não se alimentem os mitos que São Miguel absorve todos os recursos, porque isso não acontece”. O parlamentar denunciou ainda que há autarcas que já se queixam da falta de investimento nos seus concelhos em questões essenciais, quando noutras ilhas são anunciados investimentos públicos “que mais parece ser para satisfazer determinados partidos”.
Ponta Delgada, 5 de Junho de 2023
CHEGA I Comunicação