Na última reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito à Concessão de Avales a Empresas Privadas, o deputado José Pacheco voltou a manifestar algumas reticências quanto ao facto de o anterior Governo Regional Socialista ter concedido avales a privados que, na maioria dos inquiridos, nem sequer sabia que deles beneficiava.
“Entrei céptico nesta Comissão e não saí mais esclarecido”, referiu o parlamentar na declaração final relembrando que “há empresas que receberam avales que não fazem a mínima ideia que os receberam. A pergunta que se impõe é: que interesse houve nisto, o que se queria afinal com tudo isto?”, questionou alertando que se condicionaram algumas ferramentas financeiras e ferramentas legislativas “para justificar algo que, até ao momento, não se sabe o que seria”.
Neste sentido, o CHEGA lembrou a audição do empresário madeirense Américo Gonçalves, responsável por um investimento turístico em Angra do Heroísmo, “que disse que não foi ele quem propôs nada, nem pediu favores, mas foi o Governo Regional da altura que foi ao encontro dele e que lhe propôs algumas condições” para que investisse na Região. No entanto, refere também que o testemunho deste empresário foi no sentido das dificuldades que lhe foram criadas ao negócio, apontando José Pacheco “uma grande trapalhada à boa moda do governo socialista da altura. Vi um empresário entrar como culpado nesta Comissão e sair como vítima”.
Apesar de considerar que não houve cabais esclarecimentos sobre a referida concessão de avales do Governo a privados, José Pacheco entende que esta Comissão Parlamentar de Inquérito teve uma virtude: “que haja transparência e a devida divulgação de tudo o que forem apoios para as empresas e que cheguem a todos os empresários, independentemente da sua dimensão. Isto tem falhado e falhou mais uma vez”, alertou.
Para o parlamentar, “é lamentável que os políticos usem alguns expedientes políticos e ferramentas políticas que foram parar a mãos de quem nem sequer sabia que as tinha. Não é esta forma de transparência que defendemos”, rematou José Pacheco.
Ponta Delgada, 3 de Maio de 2023
CHEGA I Comunicação