A cultura foi a temática central no primeiro dia de visita oficial do deputado do CHEGA à ilha Terceira, onde reuniu com a Direcção da Sociedade Filarmónica da Vila Nova e ficou a par das preocupações daquela instituição, fundada em 1955. Para José Pacheco, que tem vindo a denunciar a forma como as várias vertentes culturais na Região têm sido abandonadas, “ainda há coisas que é possível salvar e dinamizar” e para isso defende que a cultura deve estar interligada com o turismo, com a juventude e até com a prevenção às dependências.
“A verdade é que temos uma série de filarmónicas com grandes dificuldades e outras que já estão fechadas. Há grupos folclóricos que desapareceram, há grupos de teatro que desapareceram. Temos de dar importância à nossa cultura, ao que resta dela”, defendeu o parlamentar do CHEGA.
Para José Pacheco, promover a cultura do arquipélago em geral e de cada ilha em particular é também uma forma de cativar os turistas que querem conhecer a realidade do sítio que visitam. E, nada melhor, do que para além de promover a natureza “promover os Impérios do Espírito Santo, as Sanjoaninas, o Carnaval tão típico da Terceira com os seus bailinhos e que não estamos a promover convenientemente. Se queremos turismo na Terceira, temos de promover o que temos”, destacou.
Vindo os turistas, é importante proporcionar-lhes animação e os grupos folclóricos e as bandas filarmónicas têm de ser parceiros de excelência. Não através de subsídios, mas com a contratação de serviços. “O CHEGA defende o trabalho mínimo garantido, ou seja, garantir às filarmónicas que vão actuar, com regularidade, que vão animar, através de uma parceria com o turismo”, defendeu o deputado.
Além da sobrevivência das filarmónicas, estas parcerias poderiam também ajudar no combate às dependências. “Cada jovem que está numa filarmónica não está desocupado atrás de uma consola de jogos ou noutra coisa pior”, lembrou o parlamentar que acredita no poder da prevenção através da música.
Após uma reunião com o Presidente da Sociedade Filarmónica da Vila Nova, Horácio Serpa, o CHEGA ficou também a conhecer as dificuldades com que se debate a instituição que conta com 20 intérpretes e oito músicos na escola de formação. O salão da Sociedade carece de obras por baixo do palco, por ter já madeiras apodrecidas, correndo o risco de não poder abrir portas no próximo Carnaval. Para as obras no palco são necessários cerca de 40 mil euros, mais cerca de 25 mil para a sala de ensaios, fora o necessário para consertar infiltrações. “Não é desta forma que temos de tratar uma infraestrutura tão bonita, que ainda este ano recebeu 40 grupos de Carnaval em cima do palco e encheu todo o salão. É inaceitável”, referiu José Pacheco lamentando que “não é caso único nos Açores”.
Além das dificuldades estruturais, há ainda as dificuldades financeiras desta e de outras filarmónicas. Apesar de haver a garantia do Governo Regional que vão ser simplificados os processos de candidatura a programas de apoio, e que esses mesmos apoios serão mais abrangentes, José Pacheco entende que “não é claramente suficiente”, lembrando que o fardamento e a manutenção dos instrumentos são despesas bastante avultadas. A estas juntam-se também as despesas autorais e, neste âmbito, há já um entendimento com o Grupo Parlamentar do CHEGA na Assembleia da República para que legisle a isenção de pagamento de direitos de autor para as festas populares ou tradicionais. “Isto é um roubo e para os autores vai muito pouco. Não podemos sobrecarregar as pequenas organizações, as pequenas associações, que ainda vão fazendo alguma coisa na nossa Região, com mais taxas e taxinhas”, defendeu.
O CHEGA vai estar em visita oficial à ilha Terceira até Sexta-feira, estando previstas reuniões com vários sectores de actividade e instituições.
Praia da Vitória, 29 de Março de 2023
CHEGA I Comunicação