As associações comerciais dos Açores podem ser aliadas imprescindíveis para ajudar o tecido empresarial, até mesmo ao nível da transição digital. Mas, para tal, é necessário que os apoios governamentais – fundamentais para o seu funcionamento – sejam “dados de forma séria e objectiva a este tipo de associação, que representa os comerciantes e que pode ter um papel fundamental na inovação e na transição digital”.
Isso mesmo explicou o deputado José Pacheco, à saída de uma reunião com a Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico – ACIP, depois de ser confrontado com uma alteração ao nível dos protocolos de apoio que não permitem grande inovação nem grandes projectos para uma ilha desta dimensão.
“Comprometi-me de sensibilizar o Governo Regional para que este apoio venha de forma digna e não através de uns míseros euros”, referiu José Pacheco que acrescentou que o trabalho de divulgação e promoção desenvolvido pela ACIP anteriormente “deu efectivamente frutos e é um trabalho que se podia repetir, mas para isso é necessário o conveniente apoio”.
Associações empresariais não podem viver estranguladas em termos de apoios, até porque o papel que têm na ajuda que dão aos associados é a garantia de sobrevivência e inovação também do próprio tecido empresarial.
Nesta reunião com a ACIP, o parlamentar – que se encontra em visita oficial às ilhas do Pico e do Faial – ouviu também da parte dos representantes dos empresários as dificuldades do mercado, do mundo laboral, e dos próprios empresários, “que são comuns aos Açores, mas com a diferenciação da ilha e desta zona do Triângulo”.
A escassez da mão de obra, principalmente na área do turismo e restauração, as dificuldades entre o mundo empresarial e o mundo laboral agora com o aumento do fluxo de turismo, foram algumas das questões debatidas na reunião com Fábio Matos, Vice-Presidente da ACIP. Na ocasião, José Pacheco lembrou a necessidade de se encontrarem soluções para garantir que os jovens açorianos que seguem o rumo da formação profissional, e não só, possam depois regressar à sua ilha “por exemplo, através de um contrato formativo, que lhes permita retornar e trazer essa aprendizagem para ser empregue nas empresas da sua terra”.
Na reunião foi ainda apresentada a necessidade de se olhar para os serviços e para a indústria de forma complementar ao turismo – que acaba por ser um sector de grande importância – para que os serviços prestados aos visitantes sejam também inovadores.